Evento da Rede de Apoio ao Ensino Superior reúne especialistas de diferentes países com intuito de compartilhar experiências que possam ser replicadas nas instituições
Na abertura do encontro, diretora-superintendente do CPS destacou importância da internacionalização do ensino | Foto: Divulgação
Nesta quinta-feira (29), representantes do Centro Paula Souza (CPS) e de outras instituições de ensino se reúnem na terceira edição da Jornada Internacional da Rede de Apoio ao Ensino Superior (RedAES), em ambiente virtual. Sob o tema internacionalização em casa, o encontro gratuito e aberto ao público debate a realização de intercâmbios entre estudantes e professores de diferentes países sem a necessidade de deslocamento físico, ou seja, utilizando de recursos tecnológicos.
Como anfitriões, os representantes do CPS abriram a terceira edição do encontro, destacando o orgulho em poder discutir um tema tão presente na instituição. “A evolução desse formato de internacionalização está ocorrendo de forma exponencial. E nós acompanhamos esse crescimento com mais de 11 mil alunos envolvidos em intercâmbios virtuais”, disse o coordenador da Unidade de Ensino Superior de Graduação, Rafael Ferreira Alves.
A diretora-superintendente do CPS, Laura Laganá, também participou da abertura do evento e elogiou a mobilização da audiência, com mais de 3 mil inscritos. “Ver essa quantidade de pessoas demonstra o comprometimento dos professores com a excelência do Ensino Superior e com a educação nas instituições em que atuam”, comentou.
Ela destacou ainda a importância de buscar alternativas para que os alunos possam interagir, compartilhar conhecimentos e aproveitar a diversidade do mundo, por meio de plataformas e tecnologias disponíveis, sem interferir no orçamento familiar. “As tecnologias evoluíram muito e o intercâmbio virtual acompanha essas transformações, sem a necessidade de arcar com altos custos. É um recurso que permite formar profissionais cada vez mais qualificados”, reforçou.
Ao longo do dia, a programação do evento contará com três mesas de debates: Currículo e Mobilidade; Intercâmbios Virtuais: Tendências Futuras; e Internacionalização no Ensino a Distância. Participam representantes de instituições de Ensino Superior de seis países: Estados Unidos, Holanda, México, Portugal, Reino Unido e Brasil. Confira a programação completa.
RedAES
Constituída em 2022, a RedAES é uma organização social e acadêmica que reúne docentes, gestores e demais profissionais envolvidos com os processos de formação de professores. O principal objetivo é compartilhar experiências de sucesso que possam ser replicadas nas instituições.
Além do CPS, fazem parte da RedAES o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e a Universidade de São Paulo (USP).
Destaque mundial
A internacionalização em casa é desenvolvida há muito tempo nas unidades do CPS. Levantamento da organização internacional sem fins lucrativos Coil Connect mostra que instituição é a segunda no mundo em quantidade de Projetos Colaborativos Internacionais (PCIs). Em 2023, foram desenvolvidos 109 PCIs, com a participação de 91 professores de Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), 78 de instituições internacionais, 2.505 estudantes estrangeiros e 2.450 alunos de Fatecs. Ao todo, foram 40 Fatecs e 34 instituições internacionais envolvidas.
Os projetos desenvolvidos por meio de intercâmbios virtuais são conhecidos como Collaborative Online International Learning (Coil), metodologia que congrega mais de 230 instituições de Ensino Superior ao redor do mundo. Sob responsabilidade da Cesu, o programa foi rebatizado no CPS como Projeto Colaborativo Internacional (PCI).
Os intercâmbios virtuais tiveram início em 2013, com a parceria entre a Fatec Americana e a Suny Ulster, faculdade pública nova-iorquina. Desde então, mais de 550 PCIs envolveram cerca de 10,5 mil estudantes de 50 Fatecs, em parceria com jovens de outras 49 instituições de Ensino Superior de 17 países.
“Essa forma de ensino engaja alunos e professores de países diferentes em torno de um projeto comum. As turmas encontram-se remotamente e desenvolvem um trabalho durante um período que pode durar de quatro a dez semanas”, explica o coordenador de PCI da Cesu, Osvaldo Succi Junior.
Ensinos Médio e Técnico
Nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), sob responsabilidade da Assessoria de Relações Internacionais (Arinter) e do Centro de Capacitação Técnica e Pedagógica da Unidade do Ensino Médio e Técnico (Cetec Capacitações), o Programa de Aprendizagem Colaborativa Internacional (Procin) tem a missão de internacionalizar experiências educacionais nos Ensinos Médio e Técnico para que os alunos possam complementar e ampliar sua formação de maneira virtual.
O Procin permite que professores desenvolvam com os estudantes projetos colaborativos com colegas de escolas de países como Chile e México. Os encontros virtuais entre os jovens ocorrem de forma síncrona e assíncrona em multiplataformas.
“Para a maioria dos estudantes é a primeira oportunidade de internacionalização do currículo. É uma troca de experiências muito rica, na qual nossos alunos podem conhecer outras culturas e produzir conhecimento em outro idioma”, observa a assessora de Relações Internacionais do CPS, Marta Iglesis.
Desde a implantação em 2021, o Procin certificou 86 professores (37 de Etecs e 49 estrangeiros) e 1.932 estudantes. Foram produzidos 36 projetos colaborativos.