Projeto foi criado por um professor para manter esses trabalhadores ativos e atualizados; capacitação aborda da higienização do produto à sua precificação
Faculdade produziu cartilha com orientações para o momento delicado da pandemia de Covid-19 | Foto: Getty Images
É como se pudessem adivinhar o futuro. Quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao país, no início de 2020, os hábitos que a população precisou adotar, como o uso sistemático de álcool em gel e lavagem frequente das mãos, já compunham o cotidiano dos alunos do Projeto Boa Feira, da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Marília. Eles não adivinharam a chegada do vírus, apenas adotaram medidas eficazes na prevenção de diversas doenças.
A ideia do projeto partiu do professor Leandro Repetti, que considera importante manter as feiras de rua ativas e atualizadas a fim de que sobrevivam à concorrência dos supermercados. Para isso, era preciso capacitar os feirantes.
O curso aborda da manipulação do produto e sua higienização correta até sua apresentação e precificação. No primeiro módulo, dez aulas de uma hora e meia são divididas entre teoria e prática. Já o segundo consiste na verificação, in loco, de tudo o que foi visto em aula. Nas duas etapas, feirantes de 20 a 72 anos mostram-se estudantes atentos.
Cartilha
Nos dois anos que durou a pandemia, Repetti trabalhou ao lado dos alunos da Fatec, onde ministra os cursos de Conservação de Alimentos, Boas Práticas de Fabricação e Agropecuária e Gestão em Controle de Alimentos para produzir uma cartilha com as adaptações que o momento delicado exigia. Elas foram impressas e distribuídas nas feiras da região enquanto durou o trabalho remoto.
O coordenador, que conta com a colaboração permanente da professora Elke Shigematsu, teve dois parceiros na empreitada: o Centro Paula Souza (CPS), que possibilita que professores se dediquem a projetos extraclasse, e a Prefeitura do Município, que vem colaborando, entre outras coisas, com a divulgação do projeto entre os possíveis interessados.
Em 2019, em duas turmas, 53 alunos foram certificados. Neste primeiro semestre de 2022, quando os turnos presenciais retornaram, 38 feirantes já se inscreveram.