Centro Paula Souza acelera sua transformação digital

Leia a matéria de capa da Revista CPS sobre as mudanças tecnológicas que já vinham ocorrendo na instituição e foram aceleradas pela pandemia

8 de abril de 2022 11:00 am Etec, Fatec, Institucional

De softwares educacionais a sistemas de gerenciamento de dados, novidades estão mudando a realidade do CPS | Foto: Freepik

O fenômeno é universal. Em todos os países, praticamente todas as pessoas e todas as organizações, públicas e privadas, são impactadas pelo progresso tecnológico, que não para de engendrar extraordinárias formas de comunicação, relacionamento, lazer, desenvolvimento de produtos, execução de negócios, entre muitas outras atividades da sociedade moderna. O Centro Paula Souza (CPS), como agente de formação de pessoas para o mundo profissional, acompanha essa evolução e suas decorrências, para que possa oferecer aos seus estudantes currículos atualizados e sempre sintonizados com os avanços da computação corporativa e pessoal. Mais que isso, para além da dimensão educacional, a inovação também permeia os processos administrativos da instituição. Constantemente, unidades de ensino e departamentos renovam suas infraestruturas e implantam plataformas, sistemas e ferramentas informacionais capazes de agilizar as operações, reduzir custos e melhorar a produtividade.

Esse movimento, que vinha emergindo gradativamente, deu um enorme salto com a chegada da pandemia. Obrigado a se reestruturar de repente para o teletrabalho e para as aulas remotas, o CPS respondeu com agilidade e acelerou o passo rumo a uma profunda transformação digital. “São diversas frentes que caminham de modo concomitante, guiadas por um plano de reestruturação da área de tecnologia da informação que já vinha sendo aplicado”, afirma a vice-diretora-superintendente, Emilena Lorenzon. “Pegos pela necessidade urgente de ficar em casa e manter a instituição funcionando, nós readequamos os cronogramas e colocamos em prática inicialmente as medidas mais imediatas para comunicação e acesso aos dados. Ao longo da pandemia, fomos analisando e tirando o melhor proveito das experiências remotas para nos prepararmos para o novo cenário híbrido.”

De softwares educacionais a sistemas de gerenciamento de dados institucionais, muitas novidades estão mudando a realidade de servidores, docentes e estudantes do CPS. Por isso, independentemente de qual nova ferramenta seja disponibilizada, a principal mudança deve acontecer na mentalidade e na postura das pessoas. “Estamos investindo em equipamentos, conectividade, plataformas de comunicação etc. E, acima de tudo, investimos no desenvolvimento das pessoas para que se apropriem de fato desses recursos e incorporem a tecnologia ao seu dia a dia, facilitando a vida de cada um e tornando o trabalho mais ágil, mais flexível, com mais qualidade”, alerta Emilena.

Uma das principais mudanças é a adequação da infraestrutura para aumentar a interligação entre as unidades de ensino, por meio de um projeto de regionalização da área de Tecnologia da Informação (TI), revela André Alli, coordenador da Divisão de Informática. Com base em uma consultoria encomendada ao grupo Gartner, em 2019, já foi realizado o diagnóstico das Escolas Técnicas (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais necessário para a padronização das arquiteturas. “Já em 2020, a velocidade de conexão de 99% da rede de ensino aumentou para 100 Mbps. Atualmente, estamos adquirindo 6.700 roteadores WiFi, sendo que cada escola terá um roteador a cada duas salas e um por laboratório. São adaptações que vão suportar as demandas do ensino híbrido e as salas de criatividade maker”, conta Alli.

Outra iniciativa que deve alcançar todas as unidades e já tem uma aplicação-piloto em duas delas é a Voz sobre IP (VoIP) – sistema de telefonia através da conexão de internet, trazendo redução de custo e facilidade de uso. A compra de dispositivos também se intensificou. Em 2021, por exemplo, foram adquiridos cerca de 5 mil notebooks, com investimento de aproximadamente R$ 13 milhões, para Etecs e Fatecs. “Vamos abrir uma ata para aquisição de 40 mil notebooks para alunos. A ideia é trabalhar com flexibilidade, laboratórios móveis e virtuais”, diz Emilena.

No que diz respeito à governança e gestão, o grande projeto é a implantação de um sistema de gerenciamento de dados e de comunicação que integrará todas as áreas do CPS, informa Douglas Oliveira, responsável pela área de Produtos e Serviços Digitais do CPS. Comumente conhecida como sistema CRM (do inglês, Customer Relationship Management), essa ferramenta utilizará inteligência artificial e vai permitir “enxergar” melhor alunos e servidores, que terão seus dados pessoais e acadêmicos concentrados e consolidados. O CRM vai ainda concentrar e organizar todos os sistemas desenvolvidos organicamente dentro da instituição, criando uma nova dimensão na camada de integração e relacionamento com os nossos principais clientes. “Temos hoje 230 diferentes sistemas no CPS. É bem provável que haja pessoas de vários setores tentando resolver o mesmo problema. Então, vamos otimizar esses recursos, eliminar redundâncias, melhorar a qualidade da informação e ampliar o acesso aos dados a quem tiver interesse”, acrescenta Oliveira.

Market place do CPS

O conceito de market place, no contexto da transformação digital do CPS, tem o significado de oferecer, em um só ambiente, uma diversificada gama de produtos e serviços de tecnologia. Em um primeiro momento, o projeto está sendo moldado, visando repassar recursos para alunos, professores, servidores e gestores da instituição. Oliveira exemplifica: “A proposta é organizar o acesso aos materiais de ensino, recursos disponibilizados nos convênios institucionais com empresas fornecedoras, em uma grande loja virtual, com acesso aos estudantes, docentes e servidores. Posteriormente, oferecer recursos obtidos pela integração dos sistemas corporativos com informações, e publicar os dados de forma prática e direta para gestores”.

A vice-superintendente chama atenção, porém, para uma diferença fundamental: “Nessa nova fase, a tecnologia não terá mais como foco a execução de tarefas ou a dinâmica dos processos. Mas estará centrada nas pessoas, sua trajetória e seu relacionamento com a instituição. O impacto de uma transformação digital efetiva precisa chegar até a sala de aula, favorecendo até mesmo o relacionamento entre professor e aluno,” explica Emilena.

Nenhum desses avanços seria possível e daria os resultados esperados se, por trás das máquinas e dos algoritmos não houvesse mentes humanas competentes. Ainda mais quando se trata de uma mudança fortemente cultural, para todos os atores envolvidos. Mais do que aprender a manejar o mouse para fazer funcionar este ou aquele programa, é importante entender a lógica digital e rever a postura analógica diante das novas possibilidades. A chave para o sucesso é a capacitação de pessoas. Por isso, equipes do CPS já começaram a passar por cursos e oficinas. Emilena conta que estão sendo criadas trilhas formativas e serão abertas oportunidades para docentes. “A meta é ter um professor em cada núcleo regional dedicado a fazer a ponte entre os processos de aprendizagem e os recursos de tecnologia”, ressalta a vice-superintendente.

Respeito aos direitos individuais

Quanto mais uma organização automatiza seus processos, maior se torna a sua capacidade de coletar dados que, cruzados e interpretados, vão gerar um patrimônio informacional sensível, que precisa ser gerenciado com toda a segurança e respeito aos direitos dos indivíduos. No espaldar da transformação digital do CPS está uma legislação jovem, que entrou em vigor em plena pandemia, mas com força para proteger, de forma igualitária, os dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil. Trata-se da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), arcabouço de direitos e deveres de governos, empresas e pessoas físicas em relação à coleta, manutenção e tratamento de dados. Em uma instituição de educação, esse universo é amplo. Começa nas fichas de inscrição dos Vestibulinhos e Vestibulares, e vai até os certificados de conclusão de cursos, passando por toda a cadeia de registros acadêmicos e administrativos, ao longo de anos de estudos, participação em projetos, estágios etc.

No CPS, um grupo de trabalho (GT) foi criado especialmente para implantar as formalidades legais e adequar todos os setores às novas exigências. “Com a digitalização, os dados ficaram mais acessáveis. Portanto, aumentou a responsabilidade por essa guarda”, alerta Fábia Duarte Ferreira, integrante do GT. Mas a LGPD não vale apenas para o mundo digital. “Os documentos físicos também estão no alvo do GT. É importante saber manipular um papel com dados pessoais, arquivar, jogar fora. Essas informações não são nossas, são de cada pessoa”, adverte Aline Miranda de Almeida, também do GT. Outra integrante do grupo, Paula Cassel conta que várias iniciativas já foram realizadas para facilitar a compreensão da lei e a adoção das medidas necessárias. “Fizemos um webinário, produzimos diversos vídeos tutoriais, criamos uma página de compliance no site da instituição”.

Para este ano de 2022, a ordem é simplificar e disseminar as práticas. Serão produzidos materiais lúdicos, em formato de games, abordando as temáticas da LGPD dentro da realidade do CPS. Esse material poderá ser usado inclusive pelos professores, que queiram se tornar multiplicadores não apenas da lei, mas do princípio de cidadania que implica a responsabilidade de cada um sobre sua presença no universo digital.

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