A Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Shunji Nishimura, de Pompeia, enviou em 2013 sete alunos para estagiar nos Estados Unidos, quatro deles em nível profissional em importantes empresas e fazendas. “Preferimos os EUA porque […]
A Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Shunji Nishimura, de Pompeia, enviou em 2013 sete alunos para estagiar nos Estados Unidos, quatro deles em nível profissional em importantes empresas e fazendas. “Preferimos os EUA porque a agricultura é forte, como no Brasil, e de alta tecnologia como o nosso curso”, explica o diretor da unidade, Carlos Otoboni. Para este ano a expectativa é mandar outros dez, todos do curso de graduação tecnológica de Mecanização em Agricultura de Precisão, único do País nessa modalidade e um dos poucos no mundo.
“O Brasil não é mais um mercado caipira, está todo informatizado, tudo é por computador”, diz diretor executivo da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Alberto Issamu Honda. Acrescenta, no entanto, que há uma lacuna de profissionais qualificados para essa função no País. “Os agrônomos são bons em produção vegetal, doenças, etc, enquanto os engenheiros eletrônicos não estão familiarizados com o campo”, esclarece o executivo, destacando a importância profissional do tecnólogo em Agricultura de Precisão. Um reconhecimento que, segundo ele, vai além das fronteiras do País. “Hoje temos mais ofertas para estágio nos EUA do que alunos”, diz, referindo-se a estudantes em condições de atender às exigências do programa, por razões como o domínio do inglês ou tempo de estudo (a maioria das vagas é para recém-formados ou último anistas).
Tecnologia, foco e vontade de crescer
Aprendizado intenso, novas descobertas e a mais importante delas, a de que nada é impossível desde que haja foco e vontade de vencer. Foi com esse espírito que Kleber Henrique Santos Souza, 27 anos, voltou ao Brasil em dezembro do ano passado, após um estágio de nove meses em uma fazenda de alta tecnologia em Dakota do Norte, nos Estados Unidos. “Foi uma experiência incrível, fui até chamado de volta pelo meu empregador americano, mas quero agora por em prática tudo que aprendi diz Kleber, que planeja usar o seu conhecimento para trabalhar como representante de vendas de equipamentos e máquinas agrícolas com tecnologia de ponta. Outro aluno da Fatec Pompeia, Flávio Furukawa, também já está de volta ao Brasil.
Com previsão de retornar ao País em fevereiro, Augusto Ribeiro Graciano está desde março do ano passado em Nevada, no estado de Missouri, sede da Record Harvest Enterprises, Inc., uma empresa especializada em venda e suporte técnico em AP.
Logo de início, duas coisas chamaram sua atenção: a distância entre o cenário brasileiro e o norte-americano quanto à difusão das tecnologias e o consequente nível de conhecimento e experiência dos profissionais de Agricultura de Precisão (AP); e fazendas de menor porte, com operadores familiarizados com o uso da tecnologia de ponta.
“É muito bom poder estar aqui, observar e absorver toda essa diferença e saber quais e como serão os próximos passos no desenvolvimento e popularização da AP no Brasil”, diz Augusto, bolsista pela Caep (Communicating for Agriculture Education Program) – uma organização americana especializada em intercâmbio na área agrícola – , assim como Kleber, Flávio e Daniel Almeida Marques. Os outros estagiários da Fatec de Pompeia que estão no exterior, Marcos Yoshikazu Nagao, Mitsuhiko Hashioka Takushi e Jeferson Nobouki Gocho, estão pelo Programa Ciência sem Fronteiras.
O principal critério para estagiar pela Caep é ter ao menos nível intermediário de inglês, ser recém-formado ou estar cursando graduação superior. É também necessário desembolsar uma quantia em torno de US$ 3 mil, valor que é coberto pela remuneração, hoje de US$ 900 mensais para a área de agronegócios.
Fatec Pompeia – Shunji Nishimura
Implantada como campus da Fatec Marília no 1º semestre de 2010, hoje a faculdade tem cerca de 400 alunos no curso de graduação tecnológica de Mecanização em Agricultura de Precisão. Contribuíram para a elaboração do currículo deste curso representantes da empresa de máquinas agrícolas Jacto, da Fundação Nishimura e da Unesp.
Para a implantação da Fatec, a Fundação Nishimura cedeu as instalações físicas, os laboratórios e continua investindo na unidade. O Estado de São Paulo ficou responsável pela biblioteca e contratação de docentes e técnicos administrativos para a unidade.