Em sua 17ª edição, Semana de Planejamento e Aperfeiçoamento Pedagógico das Fatecs destaca o papel dos educadores na formação integral dos alunos
Transmissão ao vivo marcou a abertura da 17ª SPAP com foco na extensão acadêmica no ensino superior tecnológico l Foto: Divulgação
Começou nesta quarta-feira (30), a 17ª edição da Semana de Planejamento e Aperfeiçoamento Pedagógico (SPAP). O evento reúne professores, coordenadores e gestores das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), administradas pelo Centro Paula Souza (CPS). Realizada de forma virtual, a programação segue até 5 de agosto, abordando atividades de extensão nas unidades, com foco em legislação, políticas, diretrizes e práticas pedagógicas.
Durante a abertura oficial, o diretor-superintendente do CPS, Clóvis Dias, destacou o papel estratégico dos educadores na missão institucional de ampliar o acesso ao ensino de qualidade. “É um momento importante, em que abrimos o segundo semestre do ano. Dentro do nosso propósito, criamos oportunidades para uma sociedade mais justa. Nosso objetivo principal é influenciar positivamente a vida do cidadão, afirmou. “A mensagem para os professores e servidores é que vocês são a alma do CPS e nada avança se não tivermos as pessoas atuando comprometidas. A dedicação e o talento das equipes é o que mantém nossa instituição atuante e vibrante no cenário nacional e internacional”, ressaltou.
O vice-diretor-superintendente do CPS, Maycon Geres, também participou da abertura e ressaltou o papel dos projetos de extensão desenvolvidos nas Fatecs. “Este momento é importante para refletir que, antes de metas, é preciso falar de propósitos. As atividades estimuladas pelos professores ajudam a preparar o futuro, a impactar as pessoas”, disse. “A presença da Fatec promove transformações na realidade local e regional e na vida das pessoas. Os professores são, portanto, curadores de futuros possíveis para os alunos e para a sociedade”, salientou.
O coordenador de Ensino Superior de Graduação do CPS (Cesu), Robson dos Santos, destacou dois pontos prioritários para o segundo semestre: a inteligência artificial (IA) e a curricularização da extensão. “É importante que os professores estejam preparados para dialogar com os alunos e explorar o potencial da IA como apoio ao planejamento pedagógico. Em parceria com a IBM, o CPS oferece essa formação à comunidade acadêmica”, disse. Em relação à extensão, o coordenador abordou o engajamento do público. “Nos últimos meses, identificamos aproximadamente 80 docentes atuando com programas de extensão. Acredito que esse número ainda vai crescer muito. É fundamental avançar nesse campo”.
Capacitando o aluno de forma integral
Durante a manhã, a mesa redonda reuniu o professor Antonio Freitas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e o professor André Braun, diretor Acadêmico e Pedagógico da Cesu. Durante a apresentação, Antonio destacou a importância de incentivar os docentes a se envolver em atividades de extensão vinculadas aos cursos. “Incentivar que cada professor desenvolva um projeto é importante, pois capacitará o estudante de forma integral. Isso retroalimenta os próprios programas dos cursos, tornando-os cada vez mais adequados à realidade”, comentou.
O professor abordou ainda o papel da prática no desenvolvimento das capacidades socioemocionais, essenciais para a inserção no mundo do trabalho: “O aprendizado é contínuo. Com o passar do tempo, vai melhorando, alcançando a excelência. É importante para o crescimento dos alunos, colocando-os para trabalhar e viver a realidade.”
Na sequência, André Braun apresentou diretrizes e experiências relacionadas aos projetos de extensão desenvolvidos nas Fatecs. Ele também reforçou o papel do recurso como ferramenta para aproximar os estudantes da sociedade local e estimular a resolução de problemas reais em parceria com empresas e comunidades. “O currículo dos estudantes torna-se personalizado, com o envolvimento na solução de demandas existentes em seu território. Na Educação Profissional e Tecnológica, nossa missão é olhar para as competências no mundo do trabalho”, destacou.
Impactando a comunidade local
No período da tarde, a programação contou com duas apresentações dedicadas à integração da extensão aos currículos da graduação e da pós-graduação. Carla Pedriali Moraes, coordenadora de projetos da Divisão de Extensão e Pesquisa da Cesu, abordou que as atividades de extensão devem estar integradas aos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) e contribuir para a construção de soluções voltadas às demandas sociais e regionais. “Uma das finalidades é a interação dentro dos ambientes acadêmicos e com segmentos da sociedade, estimulando a elaboração de soluções inovadoras”, explicou.
Segundo a professora, as ações extensionistas podem incluir atividades artístico-culturais, divulgação científica, eventos acadêmicos e oficinas, envolvendo estudantes em espaços de reflexão sobre questões sociais, econômicas, filosóficas, ambientais e tecnológicas. “O aluno tem que ser a figura principal e central nas questões de interação entre a faculdade e a comunidade”, completou.
A segunda apresentação foi conduzida pelo professor Michel Mott, do Programa de Pós-graduação em Gestão e Desenvolvimento da Educação Tecnológica do CPS. O docente abordou o avanço da curricularização da extensão no âmbito da pós-graduação e o papel da pesquisa nesse processo. “Enxergo um passo muito importante para o crescimento do tema no CPS”, afirmou.
Michel destacou que a temática já vem sendo explorada em dissertações de mestrado, com estudos sobre avaliação de impacto, gestão e concepções de extensão. “É importante nos debruçarmos em estudar o tema para que haja aperfeiçoamento. Também há publicações em revistas e capítulos de livros”, disse. Para ele, a produção acadêmica é uma forma eficaz de compartilhar conhecimento aplicado. “Esse compartilhamento de estudos é fundamental, pois influencia no que pode ser aplicado em sala de aula”, concluiu.