Professor de Etec descobriu a vocação como aluno na Fatec
Ao chegar à aposentadoria, José Carlos de Medeiros descobriu a Fatec; já formado, tornou-se professor em duas Etecs e em um CEU. E não pretende parar
Do mundo corporativo para a sala de aula: José Carlos de Medeiros encontrou na docência sua verdadeira vocação | Foto: Divulgação
Foram mais de quatro décadas trabalhando no setor corporativo, de terno e gravata, até que José Carlos de Medeiros reencontrasse um amor antigo: a vontade de ser professor. Mas não foi de repente. Assim que se aposentou, em 2015, sentiu-se assaltado pela saudade dos bancos escolares. Ele estava com 54 anos, dois filhos na faculdade e a mulher trabalhando. Ficar sem alguma atividade não era uma opção.
Decidiu prestar Vestibular para o curso Gestão de Turismo na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) São Paulo. Estudaria à tarde, o que lhe deixaria as manhãs livres.
“Quando estava no meio do curso já comecei a pensar no que faria a seguir: outro curso na Fatec? Um mestrado?”, ele lembra. Um dia, família reunida, José Carlos expôs suas dúvidas. Mas não conseguiu vislumbrar uma solução.
Gosto por compartilhar conhecimento
O socorro a José Carlos veio por meio de uma docente da Fatec, que o orientou sobre o processo de seleção para ser professor por tempo determinado nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). “Imagine, a Etec São Paulo no mesmo campus, ali do lado, e eu não tinha me dado conta dessa possibilidade”, diz. Ainda nos tempos em que trabalhou na General Motors, na área de Recursos Humanos, havia sido instrutor de treinamento. Foi nessa atividade que percebeu como era bom compartilhar conhecimento.
Em 2017, veio a aprovação no processo seletivo. “Fui chamado em 2018 e dei aula de diversas disciplinas nos cursos de Marketing e Administração nas Etecs São Paulo e Profa. Ermelinda Giannini Teixeira, em Santana de Parnaíba, e também no Centro Educacional Unificado (CEU) Butantã”, conta. Não parou mais. Era, definitivamente, um professor.
Agora, enquanto ministra aulas em uma escola estadual e aguarda o resultado do processo seletivo para 2024, José Carlos se debruça sobre seu mestrado no CPS. “Aos 61 anos, estou já há oito no universo do Paula Souza, como aluno, professor e mestrando”, declara, feliz com a nova profissão. “Quando um aluno vem conversar com você, demonstrar que está aprendendo, que está gostando, é muito gratificante”, diz. “Nesse momento sei que estou fazendo a diferença”.
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