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Intercâmbio Cultural | Emoções e conhecimento para a vida inteira

Estudantes do Centro Paula Souza no exterior contam como as vivências em outras línguas e culturas são um patrimônio que enriquece suas carreiras profissionais

25 de junho de 2025 7:02 am Etec, Fatec, Internacional

Alexsander, Ana Laura, Larissa e Guilherme: histórias marcadas por experiências valiosas no Intercâmbio Cultural | Fotos: Divulgação

Vivendo o sonho de aterrissar em um mundo totalmente diferente para aguçar os sentidos e captar o máximo de informações possíveis. É assim que os estudantes das Escolas Técnicas (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais estão experienciando o Intercâmbio Cultural do Centro Paula Souza (CPS) em instituições de ensino do exterior.

Para Ana Laura Miranda, de 20 anos, o intercâmbio representa um marco de vida. A jovem embarcou para a Irlanda no final de maio. Mas não se trata de uma simples viagem. É a primeira vez que ela sobe em um avião e também a primeira que sai do País. Nascida em Penápolis, Ana Laura mora hoje com a mãe e a avó, em Taquaritinga, onde cursa o quinto semestre do curso de Marketing, na Fatec Jaboticabal. “Fiquei com um pouco de medo no início do voo, mas depois me senti totalmente segura”, lembra.

Para aproveitar ao máximo o intercâmbio em Dublin, capital irlandesa, Laura preparou as malas e a bagagem de conhecimento sobre a cidade destino: “Pesquisei bastante a respeito da Irlanda, sua história e pontos turísticos.” Mesmo assim, foi uma enorme surpresa. “O país é lindo! Realmente, merece o apelido de Ilha Esmeralda”. Só não é mais bonito do que o nosso Brasil”, brinca.

Um dos pontos fortes do intercâmbio, em sua opinião, é o contato com as pessoas. “A família onde estou hospedada é muito atenciosa. Na escola, eu falo com gente do mundo todo, coreanos, chineses, mexicanos”, relata. Ente as atribuições da instituição que recebe os estudantes brasileiros, está inclusa uma programação para aproximar os alunos, como visitas a museus, lugares turísticos e atrações da cidade.

Do campo à praia

Outro destino da turma de 354 pessoas contempladas na atual edição do Intercâmbio Cultural é a Inglaterra. Guilherme Neres Tavares, de 17 anos, está em Worthing, pequena cidade litorânea, na região do Canal da Mancha. À beira mar, a paisagem é completamente diferente do lugar onde vive com os pais e o irmão menor, o assentamento rural Fusquinha, vinculado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O estudante faz o curso técnico em Marketing, na Etec Profª Nair Luccas Ribeiro, em Teodoro Sampaio, no Oeste Paulista.

Assim como Ana Laura, com o intercâmbio, Guilherme também teve a chance de viajar para fora do Brasil – e voar – pela primeira vez. Uma das coisas que mais o impressiona até agora é a diferença de comportamento da população: “O país é sem dúvida muito bonito e me surpreendeu o quanto as pessoas são respeitosas a sinais de trânsito e a pedestres. O local onde estou hospedado é aconchegante, tudo organizado e limpo, uma rua calma e sem vizinhos barulhentos”.

Fascinado com tudo ao redor, o jovem conta que, nas horas vagas, anda pela praia e pelos parques da região. Mas se dedica bastante ao estudo para vencer os desafios. “A maior dificuldade é a escrita em inglês, pois ainda confundo algumas regras gramaticais. Também preciso me esforçar para entender alguns ingleses que falam com sotaque, outros, muito rápido!”, conta.

Convivendo com ‘los hermanos

Do lado de cá do Oceano Atlântico, Alexsander Ribeiro Erbiste Filho, de 37 anos, aproveita o intercâmbio em Buenos Aires, capital da Argentina. Nascido em Sorocaba, onde mora com a esposa e dois filhos, acaba de completar o curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas, na Etec Fernando Prestes.

Ao contrário dos colegas, o estudante já havia cruzado fronteiras nacionais, servindo o Exército Brasileiro, no Haiti, após o terremoto de 2010. Mas nunca foi à Argentina e está feliz pela oportunidade que a vida lhe deu, após ter sofrido um grave acidente de moto, em 2017. E também por suas boas notas, motivo pelo qual foi selecionado para o intercâmbio. “Eu sempre trabalhei no setor de segurança. Depois do acidente, perdi mobilidade na perna e resolvi mudar de área, partindo para a informática”, conta.

A experiência portenha supera suas expectativas: “Estou vivendo como um argentino. Tomo condução cedo, ônibus cheio, e ando de metrô, que parece o de São Paulo!”. Na casa onde está hospedado, há mais quatro estudantes norte-americanos. “Tentamos conversar só em espanhol”. Um destaque do curso que faz na Academia Buenos Aires é o professor José Luís: “Nota dez é pouco pra ele. Amável, atencioso, inteligente, sabe de tudo, explica muito bem e interage bastante com os alunos”.

Para além da língua, Alex está aprendendo sobre a realidade local “Buenos Aires é maravilhosa, cada cantinho tem uma história. Eles são muito patriotas, falam com orgulho do país. O problema é que a economia vai mal. O peso está desvalorizado, tudo custa muito caro”. Mesmo assim, o jovem confirma que está valendo a pena, com a ajuda da anfitriã, que orienta sobre lugares para comer, passear. “Estou realmente aprendendo outra cultura, como vivem, o que costumam fazer”, diz.

Na terra do ‘Tio Sam’

Há etecano e fatecano também nos Estados Unidos. Larissa Rezende Paulino, de 33 anos, foi para Boston, capital do estado de Massachusettes, onde vivem cerca de 5 milhões de habitantes – mudança radical em relação a Barueri, com pouco mais de 200 mil habitantes, sua cidade natal, em que mora com os pais e a filha. Aluna de Design de Mídias Digitais, na Fatec Barueri, Larissa está adorando a experiência: “As pessoas são muito educadas e dispostas a ajudar!”

O contato com o cotidiano e pontos turísticos contextualizam o que Larissa aprende na unidade: “Fui a lojas e shoppings, restaurantes e até conheci as docas, onde pude ver muitas embarcações. Conheci as universidades de Harvard e o Massachusettes Institute of Technology, o famoso MIT. Fui a parques lindos e pude ver muitos animais, aves que eu só vi aqui. Um sonho!”.

A estudante está gostando especialmente de poder conversar com pessoas tão diferentes. “Tive contato com americanos, franceses, japoneses, coreanos, árabes, colombianos. O inglês me permitiu tudo isso. Sou muito agradecida a esta oportunidade”.

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