Filtro de Daltonismo

Identidade nordestina inspira trajetórias no Centro Paula Souza

Rita Maria e Jaciele Oliveira migraram para São Paulo e encontraram na vida acadêmica o espaço ideal para crescer, transformar caminhos e manter suas raízes culturais

8 de outubro de 2025 9:24 am Fatec

Jaciele com a família em sua apresentação do trabalho de conclusão de curso: orgulho de ser nordestina l Foto: Arquivo pessoal

Nesta quarta (8), Dia do Nordestino, o Centro Paula Souza (CPS) destaca a história de duas mulheres que migraram para São Paulo e construíram trajetórias de transformação pessoal e profissional em unidades da instituição. Rita Maria Cunha Leite Coentro, professora, e Jaciele Oliveira, ex-aluna, ilustram como as raízes permanecem presentes em suas trajetórias.

Rita nasceu em Salvador (BA). Formada em Engenharia Civil, atuou por anos no aeroporto da capital baiana como funcionária da Infraero e migrou para São Paulo por motivos familiares. O sobrenome, segundo ela, já indica a raiz cultural. “Revela de onde vim, né? Coentro é um tempero muito utilizado nas comidas de lá”, brinca.

A mudança não diminuiu a ligação com suas origens. Ao ingressar como professora na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Indaiatuba – Dr. Archimedes Lammoglia passou a lecionar disciplinas na área de logística aeroportuária, com base em sua experiência no setor. 

A conexão com a cultura baiana aparece até mesmo na forma como conduz as aulas. “Os alunos mais jovens exigem hoje mais dinamismo. Então sempre invento soluções diferentes para passar os conteúdos, muitas vezes com referências que eu trouxe da Bahia”. Atualmente, Rita atua no curso de Comércio Exterior da Fatec Antônio Russo – São Caetano do Sul, e também participa de um projeto na sede do CPS.

Persistência e esperança

Jaciele Oliveira nasceu em Recife (PE) e cresceu em um ambiente marcado pela força de sua mãe, que sustentava a família com múltiplas atividades. Desde cedo, a realidade moldou sua forma de enfrentar desafios e alimentar projetos de futuro. “Nossa vida era simples, cheia de restrições, mas também de sorrisos e criatividade”, recorda. 

Casou, tornou-se mãe e foi morar no Rio de Janeiro.  Durante a pandemia, ingressou na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Prefeito Hirant Sanazar – Osasco, no curso de Sistemas Biomédicos: “‘Mainha’ sempre dizia que tudo tem seu tempo certo e que nunca deveríamos desistir dos nossos sonhos. Mulher guerreira, trabalhava como cabeleireira e ainda arrumava forças para vender perfumes, joias e até picolé. Era assim que ela sustentava nossa casa, sempre com coragem e determinação”, relata.

Fez o primeiro semestre de forma remota e depois se mudou para São Paulo, continuando os estudos presencialmente. Formou-se com excelência e seu trabalho de conclusão de curso foi um dispensador automático de medicamentos, inspirado na avó. A experiência acadêmica também reforçou a identidade nordestina. “Carrego comigo a força de ‘mainha’ e o orgulho de ser nordestina: guerreira, persistente e cheia de esperança”, conclui.

Compartilhe


Veja também