Disponível no Youtube, Fórum traz propostas efetivas para combater o racismo

Primeiro Fórum de Educação para as Relações Étnico-Raciais discute as propostas para ambientes escolares e corporativos mais diversos

22 de novembro de 2022 8:16 am Institucional

A diretora-superintendente do CPS, Laura Laganá (à esquerda), participou do evento, que pode ser visto no Youtube | Foto: Reprodução

Atualizado em 23 de novembro, às 16h30

Na manhã de terça-feira (22), o canal da Gestão Participativa do Centro Paula Souza (CPS) no Youtube transmitiu, ao vivo, o 1º Fórum de Educação para as Relações Étnico-Raciais. Quem perdeu o evento ao vivo, pode conferir a gravação do encontro em que o racismo foi dissecado e as propostas para combatê-lo colocadas de forma realista e pragmática, atraindo uma grande e entusiasmada audiência.

Um dos convidados, o professor Alexsandro Santos, ao discorrer sobre “Educação Antirracista”, trouxe gráficos, dados e pesquisas que evidenciam a desigualdade gritante presente em nossa sociedade e explicam seus impactos para os estudantes em sala de aula. Um dos temas abordados pelo pesquisador foi o da Escola Justa, proposta pelo sociólogo francês François Dubet. “Uma escola justa é aquela na qual as desigualdades sociais, exteriores ao sistema educacional, não se convertem em desigualdades educacionais”, avalia Alexsandro. “No Brasil, penso que ainda não alcançamos esse patamar”.

Igualmente impactante é a fala de Júlio Santos. Ao discorrer sobre “A Importância das Organizações no Combate ao Racismo”, ele colocou na discussão o fato fundamental de que “o Brasil foi e ainda é um grande projeto colonizador”. O professor lembrou que tivemos uma experiência de 350 anos de escravidão e que, para tornar essa realidade possível, foi necessário o uso de muita força e a construção de uma cultura autoritária que ainda permeia a nossa vida e as relações étnico-raciais. Em um dos momentos mais fortes, Júlio Santos conta: “Minha primeira experiência com o racismo aconteceu no parto”. Com essa introdução ele toca em uma questão que só agora começa a ser discutida: a violência obstétrica, que vitimou sua mãe e é estatisticamente mais comum entre mulheres negras.

Depoimento pessoal e emocionado

A conversa com os dois professores, que têm como foco de pesquisa a educação antidiscriminatória, foi mediada por Tarsila Roquete Fernandes de Oliveira Santiago, diretora da Escola Técnica Estadual (Etec) Itaquera II. A professora foi responsável por criar o formato do Fórum e levá-lo à Comissão de Gestão Participativa do CPC, além de fazer o convite aos dois pesquisadores. Na transmissão, Tarsila avisa: “Eu assumi o compromisso de falar sobre esse tema não apenas no mês de novembro. Que hoje tenha sido o pontapé inicial para levarmos a discussão racial para o ano todo”.

Também estiveram presentes na roda de conversa as professoras Eliane Leite Alcântara Malteze, diretora da Etec Profª Dra. Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, de Pirituba, e Márcia Araújo, diretora da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Carapicuíba, ao lado da diretora-superintente do CPS Laura Laganá. “Temos que planejar a nossa ação para melhorar os resultados ano a ano”, disse a superintendente ao final da apresentação. As discussões devem evoluir para a proposta de atitudes efetivas, como afirmou o professor Aleksandro: “Precisamos ter metas de equidade racial”.

A transmissão do evento é feita pelo canal da Gestão Participativa no Youtube: 

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