Fatec Botucatu promove Dia de Campo para fortalecer o setor rural

Com expositores e máquinas modernas, evento impulsiona formação de alunos e amplia relacionamento profissional l Foto: Divulgação

Aproximar estudantes, profissionais e empresas do setor agropecuário por meio da prática e da inovação é a proposta da quinta edição do Dia de Campo do Agronegócio, promovido pela Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Botucatu. Gratuito e aberto ao público, o evento será realizado neste sábado (31), das 9 às 13 horas, no Espaço Agro da unidade, e deverá reunir entre 500 e 600 participantes.

Organizado por alunos e professores do curso superior de tecnologia em Agronegócio, com apoio de outras graduações, como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Logística e Produção Industrial, o Dia de Campo se firmou como uma importante vitrine de tecnologia e conexão com o setor produtivo.

Segundo o coordenador do curso, o professor Marcelo Scantamburlo Denadai, a iniciativa nasceu em 2023, com o objetivo de aproximar empresas da região, instituições de pesquisa, serviços públicos e estudantes. “Tivemos relatos de pessoas que conheceram a Fatec nas edições anteriores e acabaram ingressando nos cursos. É uma forma de motivar tanto quem ainda não está no Ensino Superior quanto nossos próprios alunos”, destaca.

O evento ocorre no Espaço Agro, uma área de aproximadamente 4 mil metros quadrados dentro da própria Fatec, com pequenos recintos experimentais de cultivo, estufa e infraestrutura voltadas para o desenvolvimento prático. “O projeto foi criado para que os alunos possam vivenciar, de forma prática, o que aprendem em sala. Cada turma gerencia sua própria área durante os três anos de curso. Serve como uma área demonstrativa de tecnologias do agronegócio e permite o desenvolvimento de competências técnicas e socioemocionais, como liderança, trabalho em equipe e tomada de decisão.”

Experiência transformadora

O Dia de Campo também é uma ponte direta com o mercado de trabalho. Empresas da região participam como expositoras, divulgando tecnologias, oferecendo oportunidades de estágio e emprego, e dialogando com os estudantes. “Esse é um dos principais objetivos: aproximar nossos alunos das empresas. Eles têm a chance de apresentar seus projetos, conversar com profissionais, e mostrar o que sabem fazer”, ressalta o coordenador.

Para Gustavo Macedo Oliveira, aluno do sexto semestre do curso, é uma experiência transformadora: “É nesse momento que a gente consegue realmente colocar em prática tudo aquilo que aprende na teoria e em sala de aula. Estar no campo vendo de perto as atividades e participando de processos faz toda a diferença. Além disso, o Espaço Agro é uma ferramenta essencial para essa vivência, onde aprendemos manejo, produção, tecnologia, tudo num ambiente que simula o que vamos encontrar no mercado de trabalho.”

O estudante destaca, também, a importância das habilidades interpessoais desenvolvidas durante o evento: “A participação nas atividades exige organização, divisão de tarefas, comunicação e trabalho em equipe. Lidar com diferentes perfis de pessoas, resolver problemas rapidamente e liderar são habilidades fundamentais em qualquer área.”

Outro aluno do sexto semestre, Alessandro Dias, ressalta que o agronegócio vai além da produção: “No Dia de Campo, vivemos esse momento de troca de experiências, conhecendo de perto tecnologias, produtos e soluções. É um encontro para aprendermos juntos, fortalecendo ainda mais o setor rural da nossa região e a formação do aluno.”

Gabriel Orsi, aluno do primeiro semestre, também enxerga o evento como uma oportunidade de aprendizado. “O Dia de Campo permite adquirir conhecimentos sobre os expositores que estão no setor agro, mostrando as novas tecnologias utilizadas no campo e em áreas rurais. Isso nos aproxima da realidade do mercado e amplia nossa visão sobre a área do curso”, observa.

Já para a aluna Barbara Helena, do quinto semestre, que participa desde a primeira edição, o evento representa um marco na integração entre Fatec e comunidade. “É muito legal ver o quanto a cidade ganhou com essa iniciativa. Desde o começo, nossa motivação foi criar um espaço onde os estudantes pudessem se conectar com o setor privado. Hoje vemos que essas conexões são reais: as empresas mostram seu trabalho, buscam novos colaboradores e constroem uma ponte fundamental de relacionamento e de conhecimento”, afirma.

Recorde de expositores

Nesta edição, o evento contará com cerca de 40 expositores, o maior número já registrado. Entre os destaques, estão grandes empresas do setor como a Bracell, que projeta a contratação de 2 mil pessoas até 2026, e a Central Bela Vista, referência em coleta de sêmen bovino e equino. Outro atrativo será a exibição de máquinas agrícolas de última geração, como um trator New Holland T8, de 385 cavalos, avaliado em mais de R$ 1,8 milhão, bem como uma colheitadeira de grãos, ambos disponíveis para demonstrações com tecnologia de agricultura de precisão.

“Os participantes poderão ver de perto um trator com piloto automático, receptor GNSS (Global Navigation Satellite System) e monitor de produtividade. Isso tudo está conectado com disciplinas do curso, como agricultura de precisão. Com a extensão universitária se tornando obrigatória, a iniciativa se encaixa perfeitamente nas diretrizes propostas. O semestre inteiro é voltado à preparação para o evento: os alunos aprendem teoria e aplicam na prática, desenvolvem projetos e interagem com o público. Tudo isso contribui para a formação integral”, salienta o professor.

Laboratório a céu aberto

Mais do que uma feira, o Dia de Campo é, segundo Marcelo, uma experiência educacional completa. “O evento compila tudo: conhecimento teórico, prática, extensão, gestão de pessoas, planejamento e inovação. É um verdadeiro laboratório a céu aberto onde os alunos enfrentam desafios reais e aprendem a resolvê-los”, resume.

Para o professor, iniciativas como estas são decisivas para formar gestores de sucesso no setor agropecuário. “A gente ensina gestão de equipes, análise de solo, planejamento de produção, manejo de irrigação, marketing, tudo na prática. Não é só escutar ou escrever: os alunos vivem o processo, tomam decisões, erram, acertam, aprendem.”