O estudante Alexandre dos Santos Migliorini, de 17 anos, da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Carmelino Corrêa Junior, de Franca, queria encontrar uma solução para reduzir o volume de resíduos que os curtumes lançam nos […]
Crédito: Divulgação | Tema deste ano é Fortalecimento do Agronegócio Brasileiro: Desafios Tecnológicos, Gerenciais e Sustentáveis
O estudante Alexandre dos Santos Migliorini, de 17 anos, da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Carmelino Corrêa Junior, de Franca, queria encontrar uma solução para reduzir o volume de resíduos que os curtumes lançam nos aterros sanitários. Acabou achando duas. Suas pesquisas o levaram a um fertilizante, feito a partir dos resíduos, que é mais barato, pode ser usado em quantidades inferiores, permite a colheita em menos tempo e tem menor impacto ambiental.
A orientadora do projeto de Alexandre, professora Joana D’Arc Félix, aponta os números que justificam a preocupação do aluno. “Em Franca, por dia, são geradas 220 toneladas de resíduos. No Brasil são 3,5 mil toneladas diárias”, conta. Outro dado que torna o trabalho do estudante ainda mais relevante é o fato de o País importar de 70% a 80% do fertilizante que utiliza em suas plantações.
O fertilizante organomineral sustentável desenvolvido na Etec não tem substâncias tóxicas e não utiliza ureia ou sulfato de amônio, como os produtos disponíveis no mercado. É aplicado no solo e absorvido lentamente pela planta.
Entressafra
Na verdade, Alexandre chegou a cinco fertilizantes, com níveis diferentes de nitrogênio. O produto que tem a concentração mais alta dessa substância foi o que apresentou melhor resultado para o tempo de colheita. Em teste feito com plantas como café e hortaliças, foi possível realizar a colheita entre 20 e 25 dias antes do prazo habitual. “Com isso, um pequeno produtor conseguiria preços melhores na entressafra”, acredita Alexandre.
O preço do produto também é um atrativo. De acordo com o aluno, o quilo do fertilizante comum custa em torno de R$ 35,00. A mesma quantidade do produto desenvolvido na Etec de Franca, por ser feito a partir de um resíduo, custa R$ 0,35, o equivalente a cem vezes menos.