CPS planeja expor achados de escavações arqueológicas

Encontrados no terreno onde foi construída a sede da instituição e a Etec Santa Ifigênia, cerca de 8 mil fragmentos de uso doméstico foram preservados e catalogados

4 de abril de 2023 9:52 am Institucional

O prédio que abriga a Administração Central do CPS e uma Etec completa dez anos em 2023, com uma exposição à vista | Foto: Divulgação

No dia 5 de agosto de 2013, enquanto ocorria a cerimônia de inauguração da atual Sede Administrativa do Centro Paula Souza (CPS) e do prédio da Escola Técnica Estadual (Etec) Santa Ifigênia, localizados na Capital, o tesouro arqueológico descoberto durante as escavações do terreno já havia sido guardado nas dependências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Começava ali o trabalho de preservação e catalogação das cerca de 8 mil peças encontradas no local, de períodos que vão do séculos 17 ao 19 – um valioso recorte da história da casa brasileira e da vida doméstica do País – e, de forma ainda mais direta, de São Paulo.

Exposição no radar

A boa notícia para a cidade é que parte dessa rica coleção deverá vir a público. A exposição está no radar da diretora do Centro de Capacitação Técnica e Pedagógica da Unidade da Unidade do Ensino Médico e Técnico (Cetec), Lucília Guerra, que visitou o Sítio Morrinhos, no dia 24 de março, onde o acervo se encontra armazenado e preservado. Na ocasião, participaram da visita a professora do Centro Paula Souza Mariana Rodrigues, Cecília de Lourdes Fernandes Manchado, professora de Museologia da Etec Parque da Juventude, e profissionais do Museu da Casa Brasileira.

Acompanhada pela arqueóloga Paula Ishida, responsável pela catalogação, o grupo pôde ver, em primeira mão, porcelanas inglesas, vidros franceses, garrafas, itens de toucador, peças de ágata colorida, recipientes de boticário e até mesmo um sifão, com a marca da olaria em que foi produzido itens encontrados durante a escavação do edifício sede — muitos deles, de acordo com Paula Ishida, em excelente estado de conservação.

“Entendi que fazemos parte de uma história belíssima, desde o cuidadoso trabalho de resgate realizado durante a obra até a catalogação das peças”, elogia Lucília. “Cada artefato, ou parte dele, pode nos indicar, entre tantas coisas, um estilo de vida e a trajetória da cidade”, comenta.

Começo cuidadoso

Em junho de 2009, quando a equipe do Escritório Zanettini Arqueologia chegou ao terreno, já não havia qualquer vestígio de uma arquitetura residencial. Ocupavam o espaço um galpão abandonado, uma construção que, de acordo com pessoas da vizinhança, era habitada por escritórios e, de resto, apenas um estacionamento. O bairro conhecia então um período de declínio – situação que prédios como o do CPS contribuiria para reverter.

Quatro arqueólogos, auxiliados por uma equipe de apoio, foram encarregados da escavação e sondagem do terreno para o trabalho encomendado pelo CPS e pela Fundação para Pesquisa Ambiental (Fupam). Davam início, assim, à recuperação de fragmentos que em breve poderão ser finalmente conhecidos do público em uma grande mostra comemorativa dos dez anos de construção do edifício.

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