Iniciativa será implantada em unidades de sete municípios da região de Sorocaba a partir do segundo semestre; evento de lançamento ocorreu na Fatec Votorantim
Clóvis Dias e Michele Moreira durante lançamento do projeto ‘Ser CPS’, na Fatec Votorantim | Foto: Divulgação
O Centro Paula Souza (CPS) lançou, nesta quinta-feira (5), na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Votorantim, o projeto Ser CPS – Sistema de Acolhimento e Escuta, voltado ao acolhimento emocional de estudantes. A ação promove escuta ativa, rodas de conversa e encaminhamento para apoio especializado, quando necessário.
O Ser CPS nasceu a partir da iniciativa Momento S.E.R., desenvolvida na Fatec São Roque, pela professora Michele Moreira, que hoje coordena o projeto. “Começamos com atendimentos individuais de 30 minutos no contraturno. Com o apoio da diretoria da unidade, estruturamos o sistema de agendamento e relatórios. A escuta qualificada fez diferença na permanência dos alunos”, diz Michele.
Inspirada em metodologias de inteligência emocional e comunicação não-violenta, a proposta será aplicada inicialmente em unidades da região de Sorocaba. Participam do projeto piloto Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Fatecs localizadas nos municípios de Botucatu, Itapetininga, Itu, São Roque, Sorocaba, Tatuí e Votorantim.
Durante a apresentação da iniciativa aos diretores das unidades participantes, o diretor-superintendente do CPS, Clóvis Dias, destacou a relevância da escuta ativa no ambiente escolar. “Nosso objetivo não é fazer terapia, é preciso deixar isso claro. O foco é a educação. Temos a obrigação de ouvir nossos alunos. Criamos uma metodologia com técnicas específicas e já percebemos resultados satisfatórios”, afirmou.
Projeto piloto
O Ser CPS será implantado no segundo semestre de 2025. Cada unidade indicará professores com perfil empático para atuar como agentes de acolhimento. Esses docentes receberão capacitação e acompanhamento contínuo, por meio de reuniões e visitas técnicas. A única exigência estrutural é a disponibilidade de uma sala reservada, que assegure sigilo e segurança nos atendimentos. Iniciativas similares já em andamento nas escolas serão incorporadas ao Ser CPS, respeitando as características locais.
“A falta de equilíbrio emocional pode comprometer o aprendizado e levar à evasão. Como educadores, temos a chance de oferecer apoio real, promovendo o desenvolvimento humano e preparando os jovens para o mercado, que valoriza habilidades socioemocionais”, destaca Michele.
Para o vice-diretor-superintendente, Maycon Geres, o projeto representa um avanço significativo no cuidar do estudante em sua totalidade. “Ao acolher suas emoções e oferecer escuta qualificada, estamos fortalecendo a permanência escolar e contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes, empáticos e preparados para os desafios do mundo do trabalho”.
A expansão do Ser CPS será realizada de forma gradual, conforme a adesão das escolas e os resultados do projeto piloto. “A educação só completa sua missão quando influencia positivamente a vida do cidadão”, conclui o superintendente.