Jovens da Etec Armando Pannunzio buscam incentivar o acesso ao meio científico; originada pelo Big Bang, a Radiação Cósmica de Fundo fornece informações sobre o universo
Estudantes da Etec Armando Pannunzio enviam minissatélites à órbita da terra para estudos meteorológicos | Foto: Divulgação
Apaixonados por ciências, Caio de Andrade Nogueira e Luiz Fernando Alves, alunos do curso técnico de Automação Industrial da Escola Técnica Estadual (Etec) Armando Pannunzio, de Sorocaba, criaram dois minissatélites para estudo de radiação e temperatura, projeto intitulado SoroSat.
Os minissatélites, chamados “CubeSats”, desenvolvidos pelos jovens utilizam a integração de diversas áreas relacionadas ao avanço tecnológicos, como a opção pela elaboração da carcaça com uso de impressão 3D e o sistema com uso de código através da linguagem C para Arduino.
O objetivo do SoroSat é a detecção da Radiação Cósmica de Fundo, originada pelo Big Bang. Ela fornece informações sobre o universo, como seu formato, composição e evolução ao longo do tempo. “No entanto, ao longo do desenvolvimento, identificamos um potencial maior: poder expandir o projeto para escolas, promovendo o acesso dos alunos ao meio científico e incentivando o desenvolvimento de outros CubeSats”, explica Luiz.
O interesse no tema surgiu com o apoio dos docentes e coordenadores do projeto Yolanda Bezerra de Andrade e César Hipólito Pinto, que incentivaram os jovens a participarem de competições e olimpíadas científicas. “Começamos a nos dedicar e conquistar medalhas em diversas olimpíadas e sabemos o quanto essas experiências abrem portas”, comenta Caio.
Lançamento
Em 2024, com o auxílio do docente Sérgio Shimura do Instituto Federal de São Paulo, Caio e Luiz lançaram os dois minissatélites com balões meteorológicos que atingiram 19 mil metros de altitude na órbita média da Terra. Após as captações de informações sobre radiação e temperatura, eles iniciaram o processo de pouso que ocorreu na cidade de Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, cerca de 150 quilômetros de Sorocaba.
“Com esse lançamento, conseguimos testar com sucesso diversas variáveis, como radiação, temperatura, pressão, altitude e concentração de CO₂. Os dados coletados estavam dentro da margem esperada, com a radiação aumentando à medida que o satélite subia. Simultaneamente, a temperatura foi caindo, chegando a impressionantes −40 °C”, comemora Luiz.
Futuro
A expectativa é expandir o SoroSat, levando a experiência do desenvolvimento de CubeSats para outras escolas. “Queremos facilitar o acesso dos alunos ao meio científico e incentivamos a participação em atividades tecnológicas e de inovação. Além disso, queremos explorar a detecção de Radiação Cósmica de Fundo, aprofundando nosso entendimento sobre o universo”, finaliza a coordenadora do estudo, Yolanda. Para esse ano, os estudantes e a professora já possuem dois eventos marcados para apresentação do projeto.