Alunos da Etec de Franco da Rocha criam jogo para crianças com TOD

Batizado de Piratas das Emoções, game foi desenvolvido a partir do treinamento de atenção e paciência para auxiliar crianças com Transtorno de Oposição Desafiante

14 de novembro de 2023 10:51 am Etec

A partir da esquerda, estudantes Tiphanny, Kauã, Gabrielly, Felipe, Isabely, Thalles e Rani Lee | Foto: Divulgação

Uma conversa com um psicólogo serviu de inspiração para um grupo de estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Dr. Emilio Hernandez Aguilar, de Franco da Rocha, criar um jogo para auxiliar crianças com Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), chamado de Piratas das Emoções.

O projeto foi elaborado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), durante todo o ano letivo, por alunos do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Informática para Internet. Felipe Pereira, Gabrielly Bispo, Isabely Gomes, Kauã Zipf, Rani Lee, Thalles Velasques e Tiphany Nemet começaram a pesquisar sobre o distúrbio e descobriram que o TOD ocorre na infância e adolescência. Entre os sintomas está o comportamento desafiador e impulsivo, dificuldade de lidar com frustrações, teimosia, entre outros.

“Enquanto fazíamos o levantamento de informações para nosso projeto, pais e responsáveis de crianças com TOD apontavam a necessidade de uma ferramenta de auxílio. Como o público-alvo costuma ter acesso aos meios digitais, resolvemos desenvolver um jogo que aborda a percepção da oscilação do humor”, conta Thalles Velasques.

Mar de emoções’

O jogo apresenta um enredo de piratas que navegam pelo “mar das emoções” e os sentimentos afetam a forma como a jornada transcorre. São quatro fases: a primeira treina a persistência; a segunda foca no encaixe de formas geométricas, atividade bastante usada em terapias; incentivando o cognitivo, a atenção e a paciência. As fases três e quatro trazem obstáculos e incentivam o equilíbrio e a concentração.

De acordo com os autores do jogo, o primeiro contato do usuário é com uma história narrada, que explica a forma como os piratas chegaram até a ilha e o que precisarão fazer para sair do local. Essa é a missão do jogo. “O jogador precisará passar pela fase um para poder jogar a próxima, e assim sucessivamente. Esta medida foi adotada porque, segundo as entrevistas que fizemos, os pais afirmaram que, um dos principais gatilhos para as crises de raiva, é a negação e a necessidade de que as vontades sejam atendidas. Por isso, todas as fases são importantes, independentemente do sentimento que esteja ativo”, pontua Thales.

Além das fases mencionadas, os alunos implementaram um exercício de respiração. “O peixe faz movimentos de respiração para a criança reproduzir, o que proporciona calma e relaxamento”.

Últimos testes

Hoje, o jogo está em fase de finalização de testes e correção de erros para publicação do aplicativo em lojas de distribuição digital. “Já efetuamos alguns testes com crianças sem o transtorno. Em breve serão feitos testes com os portadores de TOD. Para isso, estamos aguardando a publicação do jogo, essa ação vai facilitar o acesso independente do local que a criança resida”, explica o aluno.

A professora e orientadora do projeto Débora Vicente de Oliveira, conta que, durante o ano letivo, os alunos foram incentivados a se apropriarem do tema, por meio de estudo de caso e entrevistas com profissionais especialistas no tratamento de TOD para entender o problema e apresentar uma solução.

“Mais do que ajudar na formação, quando a escola auxilia no desenvolvimento de sujeitos reflexivos e atuantes na sociedade, ela pode afirmar que o processo deu certo”, finaliza Débora.

Confira algumas imagens do jogo:

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