Equipamento desenvolvido por estudante do curso técnico de Química da Etec Rubens de Faria e Souza pretende substituir a utilização de cloro no tratamento da água por procedimento elétrico, sem utilização de compostos químicos
Projeto Plasma conquistou primeiro lugar entre mais de 400 trabalhos inscritos no desafio #BeTheBoss 2019 | Foto: Divulgação
Pensando em uma alternativa para substituir o uso de cloro no tratamento da água, um aluno da Escola Técnica Estadual (Etec) Rubens de Faria e Souza, de Sorocaba, criou um equipamento para eliminar bactérias a partir da geração de plasma, que é uma massa de gás ionizado formado em altíssima temperatura ou frequência.
Idealizado pelo estudante do curso técnico de Química, Gabriel Silva Naime, de 18 anos, o projeto Plasma foi orientado pelos professores Edgard Tardelli e Regina Raszl. O trabalho conquistou a primeira colocação na terceira edição do desafio #BeTheBoss, iniciativa do Parque Tecnológico de Sorocaba, em parceria com o escritório regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e instituições de ensino locais, com o objetivo de aumentar o interesse dos jovens pelo mercado de inovação.
Gabriel conta que a proposta surgiu ao ler publicações sobre a utilização de plasma na esterilização de materiais médicos. A partir daí, ele decidiu experimentar uma fórmula para ver se seria possível purificar a água com base no mesmo princípio. “Após um ano e meio de experimentações e testes nos laboratórios da Etec, chegamos à conclusão de que o plasma é 3,2 mil vezes mais potente que o cloro, além de não apresentar riscos à saúde e não gerar resíduos químicos, reduzindo os gastos com a operação”, explica.
Para criar o reator de plasma foram utilizados equipamentos de baixo custo, como uma bomba de vácuo e um transformador de alta frequência. A solução também permitiu ao jovem desenvolver um polímero biodegradável com maior resistência para aplicação comercial. O produto foi apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), no ano passado.
Próximos passos
Após a conquista do concurso que envolveu mais de 400 projetos de 23 instituições de ensino da região, incluindo a participação de estudantes de nível superior, Gabriel afirma que pretende investir o valor de R$ 5 mil recebido no prêmio para aprimorar o equipamento. “A intenção agora é avançar da produção em laboratório para um projeto piloto, o que irá permitir a realização de testes para verificar o potencial de aplicação em larga escala”, ressalta. Como parte do prêmio do desafio, ele participará nos próximos meses de um programa de aceleração na incubadora do parque tecnológico.