Alunas da Etec de Ribeirão Preto criam biombo hospitalar

A vontade de explorar as possibilidades de um material com características de durabilidade e beleza, o acrílico, e de fazer algo útil para as pessoas resultou num projeto ganhador do primeiro lugar, na categoria Ciências […]

4 de fevereiro de 2014 1:17 pm Etec

A vontade de explorar as possibilidades de um material com características de durabilidade e beleza, o acrílico, e de fazer algo útil para as pessoas resultou num projeto ganhador do primeiro lugar, na categoria Ciências Humanas, Sociais e Artes, na 7ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada em outubro de 2013. O Biombo Hospitalar de Acrílico foi uma iniciativa do grupo formado por Débora Cristina Gomes, Larissa Carneiro Ferreira, Lázara Maria de Almeida Marsola e Maria Carolina Azevedo Veiga, à época alunas do curso Técnico em Design de Interiores da Escola Técnica Estadual (Etec) José Martimiano da Silva, de Ribeirão Preto. Após o sucesso na Feira, agora estudam como patentear o produto e viabilizar a sua entrada no mercado.

“A Feira, o prêmio, tudo foi uma experiência muito boa. Houve muito interesse de profissionais da saúde e de fabricantes no nosso projeto e não podemos ficar paradas, sem fazer nada”, diz Débora Cristina Gomes, informando que o grupo continua buscando o melhor caminho para viabilizar o projeto, embora cada uma já ter tomado um destino diferente após a conclusão do curso.  Ela, por exemplo, acabou de ingressar na faculdade de arquitetura.

Inspiração e trabalho de campo

A inspiração de fazer um biombo de acrílico veio de Lázara. Nas constantes visitas que faz a hospitais, acompanhando sua mãe doente, observou a falta de privacidade dos biombos convencionais, a maioria confeccionada em tecidos, com frestas que permitem a visão de terceiros, além dos riscos de enroscar o pé na base e cair. Como no grupo já havia a intenção de se fazer algo que fosse bom para as pessoas, a ideia prosperou. Chegaram a um produto a ser desenvolvido em cores neutras, e em material acrílico, resistente à penetração de micro-organismos, leve e fácil de limpar no próprio local onde está instalado, usando apenas água, sabão neutro e éter sulfúrico para esterilização. Os modelos atuais precisam ser retirados do local e levados à lavanderia.

A peça ganhou também um sistema de dobramento e encaixe para garantir que não haja visão pelas frestas e outro para dar mais segurança à base. Para chegar ao protótipo do produto final, foram realizadas pesquisas e trabalhos de campo, como questionários destinados a profissionais da saúde, relatórios e medições.

Foi dada uma atenção especial ao diagnóstico feito por profissionais da área médica, bem como pacientes e acompanhantes, de que os atuais modelos, em tecido que se sujam com facilidade e dobradiças sujeitas a fresta e ferrugem, transmitem uma sensação de tristeza e angústia em decorrência da aparência velha e de abandono  da peça. Já as placas de acrílico, além das características funcionais, podem ser decoradas de forma a descontrair o ambiente e melhorar o quadro emocional dos pacientes, com impacto positivo da reabilitação dos mesmos.

Registro traz segurança

O primeiro passo para entrar no mercado com segurança é registrar a patente. “Não podemos perder tempo”, diz Lázara, referindo-se à Lei de Propriedade Industrial (9.279/96), conhecida como Lei das Patentes, que prevê um período de até 12 meses para dar entrada no pedido após a ideia tornar-se pública. Para ser protegido por patente, o invento precisa atender aos requisitos: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Quem detém esse direito tem garantida a exclusividade do uso econômico de sua criação por um período de 10 anos a 25 anos.

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