Aluna de Etec vence nona edição do Slam Interescolar de São Paulo
Final foi disputada durante dois dias em um teatro da Capital; jovem da Etec de Campo Limpo Paulista se destacou entre slammers de 333 escolas públicas e particulares
Rebeca interpretou três de suas poesias, cada uma com cerca de 2,5 minutos. E venceu a batalha | Foto: Divulgação
Foi um feito inédito. Rebeca Vitória Silva Salão, aluna da Escola Técnica Estadual (Etec) de Campo Limpo Paulista venceu a nona edição do Slam Interescolar do Estado de São Paulo. Das 333 escolas participantes, cada uma com um slammer, ela chegou à final, disputada nos dias 6 e 7, no Teatro Sérgio Cardoso, na Capital, com outros 19 finalistas. Na etapa seguinte, eram apenas ela e dois estudantes. Rebeca ficou surpresa quando seu nome foi anunciado como a grande vencedora da noite.
Slammer é como se define a pessoa adepta do slam, uma modalidade de poesia falada, interpretada geralmente em ambientes externos. Mais do que declamar, o slammer deve interpretá-la, sem auxílio de cenário ou trilha musical.
Projeto de vida
Aos 16 anos, cursando a segunda série do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Administração, Rebeca já tem um roteiro traçado para os próximos anos, que se estendem às próximas décadas. “Escrevo poesia desde o sexto ano do Ensino Fundamental, mas não tinha para quem mostrar”, conta. Apenas a família conhecia o trabalho da estudante, até que ela descobriu o slam, em abril, quando a sua unidade foi uma das 333 escolas públicas e privadas inscritas no Interescolar. De cada classe saía um candidato e, ao final, apenas um de cada escola.
“Quero escrever livros”, sentencia Rebeca. “E, futuramente, abrirei uma editora”. Ela acredita que o curso de Administração será muito útil em seu projeto de vida, que inclui uma temporada de estudos no exterior. Ela reconhece a forte influência da mãe, também poeta, que a incentiva a ler muito e a escrever. O rap, que ela já conhecia antes do Interestadual, é a maior fonte de inspiração.
Para a final, Rebeca levou três slams e deu um banho de interpretação. “Fiquei surpresa, porque ela é muito tímida”, relatou a diretora da Etec, Lúcia Helena Matioli da Motta. “Foi a primeira vez que participamos e ficamos muito felizes com a grande conquista de nossa aluna. Temos que ressaltar também o empenho e a dedicação da professora Isabela Vida, que coordenou a atividade na escola”.
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