As dificuldades encontradas pelos deficientes visuais para serem, de fato, incluídos digitalmente motivaram um grupo de alunas da Escola Técnica Estadual (Etec) de Monte Mor a criar uma ferramenta que permite melhorar essa situação. O […]
Crédito: Gastão Guedes | Beatriz Costa Rosa e Jéssica Maria Barbosa apresentam o VisualFacebook na 14ª Febrace
As dificuldades encontradas pelos deficientes visuais para serem, de fato, incluídos digitalmente motivaram um grupo de alunas da Escola Técnica Estadual (Etec) de Monte Mor a criar uma ferramenta que permite melhorar essa situação. O VisualFace é um sistema web que tem como objetivo ampliar a interação social desse público com os demais usuários por meio das redes sociais. Trata-se de uma subplataforma do Facebook. Por meio dela será possível, quando o projeto estiver completo, adicionar status, fotos, arquivos, conhecer e comentar posts, entre outros.
Com mais de 1,4 bilhão de usuários no mundo, o Facebook já disponibiliza ferramentas de acessibilidade mas, segundo as autoras do projeto – Amábile Ustulin Martignago, Beatriz Costa Rosa e Jéssica Maria Barbosa –, ainda de forma insuficiente para atender as necessidades dos deficientes visuais. Segundo dados do censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem 582 mil cegos e 6 milhões de pessoas com baixa visão.
Continuidade
Vencedor do Prêmio Contribuição em Tecnologia Assistida CTI Renato Archer, da 14ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada em março, o VisualFace depende, agora, de as autoras conseguirem dar continuidade ao trabalho, mesmo seguindo caminhos diferentes após a conclusão do curso técnico de Informática integrado ao Ensino Médio de Informática, no ano passado. “Não vai ser fácil, mas queremos continuar, não vamos abandonar o projeto”, diz Jéssica, acrescentando que ainda falta uma etapa importante, que é trazer para o VisualFace o feed de notícias do Facebook, o que ainda depende da autorização da rede social.
Elas contam com a ajuda da professora de Informática para cegos Valéria Vieira, também deficiente, e do orientador Fabiano Zuin Antonio. Uma das propostas em estudo é encontrar um grupo de estudantes dentro da própria Etec que tenha interesse em dar prosseguimento ao trabalho, tendo as ex-alunas como mentoras. “É uma iniciativa que envolve inclusão, questões sociais importantes. Será preciso encontrar estudantes que estejam motivados por esse mesmo propósito”, conclui.