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Novo vice-diretor-superintendente fala sobre planos para o CPS

Maycon Geres revela detalhes de propostas para gestão de quatro anos, como implantação de laboratórios equipados com realidade virtual, IA e ferramentas de prototipagem

14 de janeiro de 2025 9:30 am Institucional

Gestor também prevê parcerias com empresas líderes para garantir vagas de estágio para os alunos de Etecs e Fatecs l Foto: Cristiane Santos

Ancorado em um “compromisso absoluto com a excelência”, Maycon Geres assumiu em novembro o posto de vice-diretor-superintendente do CPS, indicado pelo governador do Estado de São Paulo. Com uma vida dedicada à educação e à administração, ele deixou o cargo de diretor da Etec Profa. Nair Luccas Ribeiro, de Teodoro Sampaio, para enfrentar, como explica, o desafio de fazer da educação “um motor de grandes realizações”. Ele acredita que “O papel da educação é conseguir fazer a seleção do que é relevante saber, descobrir as competências desses estudantes e potencializá-las para que eles sejam bem-sucedidos”.

Nesta entrevista, Geres fala de sua visão sobre a formação profissional, conta sobre sua história no CPS, que começa como aluno de um curso técnico, e apresenta suas principais propostas para o período de gestão que vai de 2024 a 2028. Entre os destaques, estão ações pedagógicas e estratégicas como firmar ao menos 20 parcerias com empresas líderes, garantindo 30% de vagas de estágio para os alunos; instalar laboratórios em 50% das unidades, equipados com realidade virtual, IA e ferramentas de prototipagem e lançar um programa de incubação para apoiar 50 startups de alunos.

Por uma escola que fala a língua do aluno

Ele circula muito à vontade pelo universo dos jovens, uma de suas grandes paixões. Não apenas porque é pai da Valentina, de 14 anos, com quem aprende a se encantar pela vida. Mas também porque, aos 40 anos, acompanha a galera no mundo digital (um craque em redes sociais) e, por sua vivência como docente, entende que “a escola precisa falar a língua do aluno”. Em novembro, Maycon Geres assumiu o cargo de vice-diretor-superintendente do Centro Paula Souza, apresentando em seu plano de gestão propostas voltadas a formar uma geração mais próspera de profissionais.

Sua história com o CPS começa cedo, no curso técnico em Informática pela Etec Prof. Milton Gazzetti, de Presidente Venceslau. Depois, graduou-se em Administração de Empresas e fez pós-graduação em Gestão de Pessoas. Após exercer cargos de gestão em empresas do setor privado, em 2012 tornou-se diretor da Etec Profa. Nair Luccas Ribeiro, de Teodoro Sampaio. Com orgulho, ressalta que, durante sua gestão, a Etec “nunca experimentou queda na demanda de cursos, mantendo consistentemente um índice elevado de concluintes e uma impressionante taxa de empregabilidade”.

Como o senhor vê as perspectivas para o jovem de hoje?

Hoje o jovem tem possibilidades de fazer coisas inimagináveis, como nunca tivemos antes. Pesquisas mostram que atualmente o jovem dispõe de muito mais informação do que tinha Leonardo Da Vinci, entre outros que fizeram a história do mundo! Então, o nosso papel enquanto agentes da Educação é mediar esse volume de dados que eles recebem, colaborando para mediar a aprendizagem e impulsionar os sonhos deles. O papel da educação é conseguir fazer a seleção do que é relevante saber, descobrir as competências desses estudantes e potencializá-las para que eles sejam bem-sucedidos. Minha filosofia é pautada na crença de que o conhecimento é o motor de grandes realizações. Acredito firmemente que o sucesso de uma organização está intrinsecamente ligado à paixão e dedicação de seus membros.

Ferramentas como inovação e tecnologia potencializam esse desenvolvimento?

Muito! De uma maneira exponencial. E a tecnologia facilita as coisas. Por exemplo: antes, quando alguém queria escrever um livro, precisava de um editor, de distribuidor, além do quê era um trabalho difícil de ser descoberto. Hoje, é perfeitamente possível fazer tudo praticamente por conta própria. Você edita, publica, faz marketing, vende por meio do uso da tecnologia… Porém, é importante ressaltar que a tecnologia não tira o trabalho dos profissionais, mas encurta o caminho para quem está começando. Portanto, o mercado mudou. E a escola precisa estar atualizada e trabalhar novas competências que atendam às novas demandas.

Sua carreira docente no CPS começou na Etec em que mais tarde se tornou diretor. Como foi essa trajetória?

Eu comecei a lecionar e me apaixonei. Em dois meses, já me tornei coordenador de curso, depois coordenador pedagógico, orientador educacional, até me tornar diretor. Me encantei em dar aulas. Quando nós, professores, acertamos, nós não mudamos só a vida do aluno. Nós mudamos a vida da família dele e até mesmo de gerações que vêm depois dele. Porque a gente conecta o aluno a um sonho – e às vezes ele nem sabia que tinha essa aspiração. Acontece um verdadeiro despertar. Eu sempre achei importante abrir os horizontes dos jovens. Eu trazia as minhas turmas para São Paulo, organizava visitas técnicas a empresas, atividades culturais que pudessem contribuir para ampliar a visão deles de mundo. Por isso que eu sempre digo que é na escola que as coisas mágicas acontecem.

Qual a sua expectativa para a nova gestão do CPS?

O CPS é uma instituição fantástica, pela qual eu sou apaixonado. Nós cumprimos um dever de uma maneira muito significativa. Toda a história dessa instituição é muito bonita de ser contada e bastante respeitada, que trouxe a consolidação do nome do Centro Paula Souza. Então, tudo que foi construído até aqui, todo esse teto, agora passa a ser a nossa base de construção. Precisamos olhar para o futuro e nos posicionar como formadores de geradores de inovação. Não podemos correr atrás de tendências, nós temos que ser a tendência. O meu plano é de quebrar uma cultura e investir em inovação em todas as áreas: curricular, comunicação, parcerias.

Qual a sua mensagem pessoal para a comunidade acadêmica neste início de gestão?

Eu sou uma pessoa que acredita em Deus. A minha fé é o meu subsídio para que eu tenha motivação, que é “tudo fazer como se fosse fazer para o Senhor”. Então, buscar a excelência como uma missão mesmo. E eu sigo essa filosofia para tudo que faço na minha vida, o que inclui o aspecto profissional. Assim, a partir dessa visão reflexiva, eu valorizo muito a formação em história. Quem não conhece a história, vive no escuro. Nosso trabalho, a partir daqui, será integrar todos esses conhecimentos e esses valores rumo a conquistas conjuntas, que promovam o crescimento de cada um, da instituição e do Estado de São Paulo.

Principais estratégias do Plano de Gestão da Vice-Superintendência 2025-2028

       1.     Reafirmar o CPS como referência mundial em educação técnica, atualizando 100% dos currículos até 2027 e integrando metodologias inovadoras.

       2.     Firmar ao menos 20 parcerias com empresas líderes até 2026, garantindo 30% de vagas de estágio para os alunos.

       3.     Estabelecer laboratórios em 50% das unidades até 2027, equipados com realidade virtual, IA e ferramentas de prototipagem.

       4.     Implementar práticas sustentáveis em 80% das unidades até 2028, com projetos como energia solar e reciclagem.

       5.     Lançar um programa de incubação para apoiar 50 startups de alunos anualmente até 2025.

       6.     Aumentar em 750% o engajamento nas redes sociais e ampliar o alcance de campanhas para mais de 5 milhões de pessoas até 2026.

       7.     Realizar programas de capacitação e bem-estar, abrangendo 100% dos servidores até 2026.

       8.     Modernizar 100% das unidades com espaços tecnológicos e colaborativos até 2028.

       9.     Implementar IA em 70% das disciplinas até 2026, personalizando a experiência dos alunos.

       10.   Organizar o CPS Innovation Summit e o Global Showcase até 2027, com participação de 100 mil pessoas.

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