Na Etec de Barueri, marcenaria é trabalho em equipe

Na volta da pandemia, os estudantes aprenderam novas habilidades; agora, os jovens podem fazer desde os próprios jogos a expositores para os trabalhos acadêmicos

25 de abril de 2023 10:03 am Etec

A mesa de pebolim foi feita pelos estudantes, do corte do compensado aos desenhos do acabamento final | Foto: Divulgação

Como acontece em tantas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), o aprendizado dos estudantes da Etec Antônio Furlan, de Barueri, na Região Metropolitana, vai além da grade curricular. Empenhados no bem-estar dos alunos, docentes desenvolvem projetos criativos ao longo do ano. Elaine Garrido, professora de Educação Física da unidade, levou seu hobby, a marcenaria, para a quadra. Em pouco tempo, angariou um bom número de interessados.

O projeto é anterior à pandemia, mas foi depois do período de confinamento que ganhou força. E começou com a mesa de pebolim que, na volta ao ensino presencial, precisava de uma boa reforma. Além disso, os alunos não pareciam muito motivados para os trabalhos escolares, um dos resquícios da pandemia. A professora uniu os pontos e decidiu reunir os estudantes em torno de um projeto comum, que os estimulasse e incentivasse a aprender uma nova atividade. Ela propôs reformar a mesa e a turma aderiu.

Elaine levou os estudantes para o lugar onde ela mesma se aperfeiçoou na arte de domar serras, lixas e furadeira: a Oficina Lab, na Capital. E essa seria só a largada para uma verdadeira imersão na marcenaria. “O dono da oficina propôs que, depois de reformar a mesa antiga, fizéssemos outra totalmente nova. Desenhamos uma peça modular. Cada grupo montava uma parte da mesa, que depois seria unida, porque o objetivo era uma construção coletiva”, conta.

A Oficina Lab cedeu o espaço, a expertise e o compensado. Elaine levou 42 alunos, divididos em dois dias de trabalhos intensos, equivalentes a um curso. Uma vez terminada a mesa, o acabamento seria feito na Etec. Munidos de canetas coloridas, eles se puseram a decorar laterais e pés com os mais variados motivos antes de selar o compensado com verniz. A professora esteve com eles em todas as fases do trabalho. Essa proximidade se revelou tão produtiva quanto a mesa. “O convício facilita a comunicação. Eles se sentiram mais à vontade para conversar, e percebi quanto eles estavam precisando de alguém que os ouvisse”, conclui.

As lições vão além das mesas. Para evitar sujeira e poluição visual nas paredes da escola recém-reformada, ficou acordado que a mostra da disciplina de Biologia, por exemplo, teria expositores de madeira feitos pelos estudantes. E assim foi feito.

Nas próximas semanas, Elaine deve concluir um vídeo em que ensina o passo-a-passo da produção de uma mesa de pebolim. Um convite para que outras escolas formem suas equipes de trabalho coletivo e os docentes se mantenham próximos aos seus alunos.

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