Analista de sistemas Edilson Alves da Nóbrega estreia, neste sábado (28), na Spartathlon, tradicional ultramaratona entre as cidades gregas de Atenas e Esparta
Edílson tem 36 horas para completar percurso íngreme, com plantações, encostas, montanhas de pedras e arbustos | Foto: Divulgação
De segunda a sexta-feira, Edilson Alves da Nóbrega é analista de sistemas na Divisão de Informática da Administração Central do Centro Paula Souza (CPS), na Capital. Antes e depois do trabalho, organiza a rotina em torno da família, estudos, e muitas horas de treino. “Faço treinamento funcional e fortalecimento muscular, além de treinos de corrida longos e específicos, para subidas, terra ou chuva, dependendo do que vou enfrentar. E, claro, não posso descuidar da alimentação e do sono”, conta o ultramaratonista de 45 anos, que disputará, neste sábado (28), a Spartathlon, tradicional prova entre as cidades de Atenas e Esparta, na Grécia.
Desde que fez a primeira corrida, em 2017, Edilson já participou de provas curtas, médias, maratonas e ultramaratonas – aquelas que vão além de 42 quilômetros. De forma gradual, incentivado pelos pares, ele já chegou à distância máxima de 235 quilômetros. “Em um momento, o percurso de 42 quilômetros da maratona já fazia parte de meus treinos e percebi que poderia aumentar. Mas cada prova é muito diferente, não só pela distância, mas também pelo piso, altimetria e logística”, diz.
Spartathlon
Conta a história que o mensageiro ateniense Fidípides teria sido enviado a Esparta no ano 490 a.C. para buscar ajuda contra os persas na Batalha de Maratona. Ele teria percorrido a distância de mais de 200 quilômetros entre as duas cidades em apenas dois dias, tornando-se herói em Atenas.
Desde 1983, o percurso de pistas acidentadas e lamacentas é repetido por um grupo seleto de corredores. Eles atravessam plantações, sobem encostas íngremes e acumulam uma variação de altitude de 1,2 mil metros no Monte Partenio, uma montanha coberta de pedras e arbustos, que é percorrida à noite. “A Spartathlon é uma das provas de ultradistância mais desafiadoras do mundo, pelo percurso, altimetria e clima. Mas é charmosa e bela, com um fundo histórico que chamou minha atenção”, conta Edilson.
A corrida começa aos pés da Acrópole e passa por 75 postos de controle em direção ao litoral, ao longo da costa, e montanha acima. O limite para conclusão é de 36 horas para conquistar o selo espartano. “Sei onde quero chegar e vou conseguir. Reconhecer os limites do corpo e buscar mais um desafio é o que motiva a manter o controle emocional, psicológico e físico de uma prova tão longa”, completa.