Fatec Carapicuíba projeta robô para interagir com o público

Estudantes do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) participam de projeto para construção de robôs; equipamento já circula pelo campus e está sendo programado para interagir com a comunidade

11 de agosto de 2021 10:29 am Fatec

Construção do robô estimula o aprendizado de programação e inteligência artificial no curso superior de ADS | Foto: Divulgação

A ideia de ter um robô que usa a inteligência artificial para dar informações a estudantes e visitantes do campus da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Carapicuíba está prestes a se tornar realidade. O projeto é do professor Mario Marques, do curso superior de tecnologia de Análise Desenvolvimento de Sistemas (ADS), que teve o insight depois de ver muitas pessoas tentando se localizar no campus.

A iniciativa surgiu em 2019 e evoluiu para um projeto colaborativo da disciplina de Tópicos Especiais em Informática, do último semestre de ADS, das turmas do matutino e noturno. O modelo projetado para ser uma espécie de “bedel virtual” evoluiu para o formato de robô. No projeto, as equipes são apresentadas à metodologia ágil na qual as tarefas são divididas e os estudantes “aprendem fazendo”.

Segundo o professor, os alunos do 6º semestre das turmas dos períodos da manhã e da noite são incentivados a participar da atividade, desenvolvendo novas funcionalidades para os dois robôs que foram batizados de Fatequino. O professor Marques acredita que o retorno às atividades presenciais vai garantir um novo gás ao projeto. “O convívio pessoal e o acesso aos laboratórios e equipamentos facilitam o processo criativo”.

Primeiros passos

O projeto, que começou a partir da ideia do professor em 2019, foi tomando forma aos poucos. Em 2020, os alunos programaram o hardware com a implantação da placa Arduíno para construção dos robôs. Em 2021, iniciaram a fase de implementar o software de visão computacional com possibilidades de reconhecimento facial e gestual. “Com a aplicação dos programas de inteligência artificial no Raspberry Pi, os robôs ganharam autonomia para se deslocarem pelo campus”, explica. Movidos por bateria de 12 volts, eles se deslocam sem colidirem porque foram equipados com sensores. Outra habilidade para os robôs no futuro será a introdução do software de geolocalização para as máquinas cumprirem roteiros pré-estabelecidos.

Neste ano, o Fatequino será incrementado ainda com a instalação do código Chatbot que ficará hospedado nos robôs e no site do projeto que está sendo remodelado. O recurso permite que as máquinas analisem frases para responder dúvidas referentes à Fatec e aos cursos. A expectativa do educador é que futuramente o Fatequino interaja com os alunos como se fosse um mascote da faculdade.

Robótica inclusiva

Entre os planos do professor se destaca a ideia de acrescentar a tecnologia led para proporcionar expressões faciais e tornar os robôs mais amigáveis. As duas máquinas têm formatos diferentes e dentro desta perspectiva de humanização existe a ideia de diferenciá-las também por gênero, criando as versões Fatequino e Fatequina. “A robótica pode ser mais inclusiva e representativa”, defende o professor.

Ainda sobre inclusão, outra possibilidade do projeto é compartilhar o manual para construção e programação do robô na internet. O tutorial já foi elaborado pelos alunos de ADS em português e inglês e será publicado no site do Fatequino, que está sendo reformulado e deve ser relançado em setembro.

Além da oportunidade de praticar o conhecimento, o projeto ajuda no desenvolvimento de competências como programação, gerenciamento de projetos, engenharia de software, algoritmos e gestão de equipes. “É uma prática pedagógica para ser compartilhada com turmas de outros cursos da faculdade e até por outras instituições também”.  

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