Histórico da família Basques com o Centro Paula Souza começou no início dos anos 2000 e continua até hoje, com crescimento profissional, empreendedorismo e premiação
Algo em comum: os filhos Bernardo e Carlos, e o pai Anselmo estudaram em unidades do Centro Paula Souza l Foto: Divulgação
A figura paterna pode ser uma das principais referências na vida dos filhos. Vista como modelo de comportamento, valores e atitudes, sua presença e participação ativa muitas vezes são cruciais para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. Com o passar dos anos, os pais também podem influenciar as escolhas acadêmicas e profissionais dos adolescentes e jovens adultos.
Anselmo dos Santos Basques, por exemplo, incentivou os filhos a seguirem seus passos como estudante de Escola Técnica (Etec) e Faculdade de Tecnologia (Fatec) estaduais do Centro Paula Souza (CPS). Em Botucatu, na Região de Sorocaba, o ex-aluno cursou parte do Ensino Médio na Etec Dr. Domingos Minicucci Filho e se formou nos cursos superiores de tecnologia em Informática (atual Análise e Desenvolvimento de Sistemas) e Agronegócio na Fatec.
Quando os filhos, dois meninos e uma menina, chegaram à idade de começar o Ensino Médio, Anselmo os aconselhou a prestar o Vestibulinho para a Etec de Botucatu. “De fato, é uma educação de qualidade”, elogia. Dos três, apenas o mais novo, Bernardo, passou no processo seletivo e, atualmente, cursa a primeira série do Médio integrado ao Técnico em Desenvolvimento de Sistemas.
“Se ele quiser trabalhar com tecnologia da informação, como eu, terá uma boa base”, projeta o pai. “Mas de qualquer forma, o Ensino Médio da Etec é uma ótima preparação para o vestibular, já que Bernardo também se interessa por Zootecnia.”
Trajetória
Anselmo começou a trabalhar em uma empresa especializada em certificação de produtos do agronegócio, em 2002, aos 16 anos, como office boy. Ao longo de 22 anos, foi evoluindo para cargos com maior responsabilidade e remuneração. Além da dedicação ao trabalho, o ex-aluno cita o ensino da Fatec Botucatu como uma alavanca para o crescimento profissional.
“O curso de Informática me permitiu assumir o setor de tecnologia da informação da empresa, fazendo a interlocução com os prestadores de serviço, até me tornar, de fato, responsável pela área de Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, explica. “Já o curso de Agronegócio me ajudou a melhorar a comunicação com os clientes e entender suas necessidades.”
Em agosto de 2024, em parceria com o colega de trabalho Marcos Fabiano, outro egresso do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec, Anselmo abriu uma empresa especializada em informática voltada a projetos e empresas do agronegócio. A startup mantém inclusive a antiga empregadora como cliente.
Caminhos semelhantes
Aos 23 anos, o filho mais velho, Carlos, segue os passos do pai. Trabalha na empresa que empregou Anselmo durante 22 anos. Em 2024, o jovem se formou no curso de Agronegócio da Fatec Botucatu. Assim como o pai, também trilhou uma trajetória de crescimento.
“Comecei a trabalhar lá em 2018. Desde então, venho evoluindo, assumindo novas funções e participando de projetos importantes”, conta Carlos. “O curso da Fatec foi essencial na carreira, pois me deu uma base tecnológica muito sólida e uma visão mais estratégica do agronegócio.”
Para o jovem, a história de Anselmo foi uma inspiração. “Ver a trajetória do meu pai, desde os tempos de estudante na Fatec, sempre foi uma inspiração. O comprometimento, a paixão pelo que faz e a maneira como se dedica ao agro foram fundamentais para que eu possa seguir o mesmo caminho com motivação e propósito”, revela Carlos.
Criatividade premiada
Trabalhando juntos, pai e filho foram premiados no Desafio de Inovação, que ocorreu no final de junho, em Holambra, na Região de Campinas. Para participar da competição, a dupla desenvolveu o projeto Inteagro. “Trabalhar com o Carlos me dá muito orgulho. Ele tem uma visão de futuro, é comprometido e está sempre buscando novos conhecimentos. E conseguimos somar nossas habilidades. Ver o crescimento dele profissionalmente e poder dividir projetos é gratificante”, declara Anselmo.
A tecnologia oferece a possibilidade de rastrear e registrar operações agrícolas por WhatsApp. Segundo Anselmo, a ferramenta permite simplificar a gestão da produção, atender a requisitos para certificação e conectar-se com a cadeia de suprimentos de forma transparente e segura. “A ideia surgiu por meio da escuta e feedback de produtores em relação a demandas reais do campo”, afirma Anselmo.
O sistema inteligente de gestão e monitoramento de operações agrícolas por meio de aplicativos de mensagens já se tornou uma empresa independente. “Também estamos buscando apoio financeiro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)”, informa Anselmo. Eduardo Bordignon Figueiredo, tecnólogo em Análise de Sistemas de Computação pelo Centro Universitário de Brasília, também participou do desenvolvimento do projeto.