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Etec de Atibaia tem plantação de morangos em ambiente protegido

Estufa vertical deixa plantação menos suscetível a pragas e doenças; técnica é parte de projeto que apresenta o cultivo do fruto como pilar de integração entre os setores da economia local

15 de janeiro de 2019 9:53 am Etec, Fatec, Institucional

Estufa Vertical de Morangos torna o cultivo mais eficiente, evitando o desperdício de água e a utilização de agrotóxicos l Foto: Divulgação

*Devido à legislação eleitoral, tanto o site quanto as redes sociais do CPS deixaram de ser alimentados durante os meses de julho e outubro de 2018. Neste período, informações de interesse da população foram veiculadas exclusivamente por meio de releases enviados à imprensa. Algumas matérias serão publicadas neste início de 2019, como esta notícia divulgada originalmente em 20 de agosto.

Um projeto desenvolvido por estudantes do curso técnico de Logística da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Carmine Biagio Tundisi, de Atibaia, município localizado na Região de Campinas, está incentivando pequenos e médios produtores locais a investirem no plantio de morangos em ambiente protegido.

Implantada na Etec em novembro de 2017, a Estufa Vertical de Morangos abriga um conjunto de prateleiras nas quais são depositados os vasos com as mudas, em espaço coberto, visando proteger a plantação e criar um microclima favorável ao cultivo. A irrigação e fertilização são feitas por meio de gotejamento, direto na raiz, tornando a absorção dos nutrientes mais rápida e eficaz. Outra vantagem é evitar desperdício de água e utilização de agrotóxicos.

O controle do ambiente também deixa a plantação menos suscetível a pragas e doenças. E mesmo no caso de ocorrer contaminação, como as mudas são plantadas separadamente, é possível eliminar apenas o recipiente comprometido, afastando o perigo de infestação e perda total da safra. A estrutura vertical do equipamento permite um aproveitamento melhor do espaço, adaptando a técnica às pequenas propriedades.

“É uma técnica já utilizada em grandes propriedades do município”, explica o professor e um dos orientadores do trabalho, Adilson Bondança. “Queremos mostrar ao pequeno produtor que também é possível desenvolver essa proposta em espaços menores e com custo reduzido.”

Para demonstrar tal possibilidade, os alunos construíram a estufa com materiais baratos, utilizando pallets e bambu para a montagem das estantes e cobertura. As mudas e o substrato de solo para plantio foram doados pela Secretaria de Agricultura municipal.

Grandes desafios

A Estufa Vertical de Morangos é parte de um projeto maior, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o Avança Atibaia, que propõe implantar na cidade e nos municípios vizinhos um Arranjo Produtivo Local (APL), no qual o cultivo do morango seria um dos pilares de integração entre os diversos setores produtivos.

“Quisemos apresentar uma referência de tecnologia que, além de valorizar o produtor e ajudá-lo a conquistar espaço no mercado, possa contribuir para a implantação do APL”, afirma um dos estudantes responsáveis pelo projeto, João de Souza Neto.

Técnico em Logística formado no primeiro semestre de 2018, João agora faz o curso superior tecnológico na mesma área na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Bragança Paulista. Mas a nova etapa da vida acadêmica não o afastou da estufa: continua a acompanhar o andamento da pequena plantação.

O conhecimento tem sido compartilhado com pequenos produtores por meio de visitas à Etec. O presidente da Cooperativa Agrícola Familiar (CAF) de Atibaia, Amarildo Santana, conta que tem levado muitos associados para conhecer o projeto e assim descobrir o cultivo protegido como um investimento. “Os meninos da Etec estão reativando uma ideia que já conhecíamos, mas estava adormecida.”

De acordo com João, o aumento da competitividade local e dos municípios vizinhos, possibilita explorar organizadamente a integração de atividades econômicas. Agricultores poderão, por exemplo, vender para as indústrias, restaurantes, supermercados e hotéis da região, baixando o preço para o consumidor final, ainda com uma margem de lucro atraente.

“Desta forma, diminuímos a dependência que muitos produtores locais têm de mercados mais distantes, o que encarece o produto. Na medida em que a necessidade de deslocamento se torna menor, os preços passam a ser mais competitivos e a mercadoria, de melhor qualidade”, conclui o estudante.

Ideia premiada 

Em abril de 2018, na sede do Centro Paula Souza, na Capital, o Avança Atibaia foi destaque da quinta edição do Desafio Inova Paula Souza de Ideias e Negócios, conquistando o segundo lugar no eixo tecnológico de Agronegócio e Pecuária. Durante o evento, foram apresentadas as três melhores propostas de cada uma das 12 categorias do prêmio que chegaram à final.

Os projetos foram escolhidos por um grupo de jurados, composto por professores e especialistas convidados, que avaliaram critérios como escopo e relevância da ideia, objetividade no preenchimento do Canvas, clareza do pitch, viabilidade e potencial de execução econômica do projeto, bem como grau de inovação e proteção legal. No total, foram inscritos mais de 2,2 mil projetos de todo o Estado.

Além de João, participaram do Avança Atibaia Caíque Bezerra, Estevan Tafuri, Janderson da Silva e Rafael da Silva.

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