Enfermagem está na linha de frente do aleitamento materno

Neste ano, campanha Agosto Dourado, em prol da amamentação, enfatiza a importância do profissional da saúde para que a criança receba o alimento materno; tema é objeto de estudo em curso das Etecs

18 de agosto de 2021 11:01 am Etec

Campanha reforça benefícios da amamentação como redução de infecções e maior vínculo entre bebê e mãe | Foto: Image Bank

A campanha Agosto Dourado de valorização do aleitamento materno, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como tema neste ano Proteger a Amamentação: Uma Responsabilidade de Todos. A ideia é mostrar que, além da mãe, a família, a sociedade e os profissionais da saúde são peças-chave para a garantia de que as crianças receberão o leite materno. Nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), o tema amamentação integra o currículo do curso Técnico de Enfermagem e inclui conteúdo teórico e estágios em maternidades, centros obstétricos, bancos de leites, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Estratégia da Família (SUS). Cinquenta e oito unidades do Estado oferecem essa formação.

Para a professora Isabel Aparecida Cangemi Gregorutti, da Etec Dr. Júlio Cardoso, de Franca, o domínio do manejo da amamentação é essencial na formação dos alunos porque esse conhecimento é transferido às gestantes e puérperas principalmente por auxiliares e técnicos de Enfermagem. “É um trabalho valioso que esses profissionais prestam à saúde pública porque crianças alimentadas no peito fortalecem o sistema imunológico evitando infecções, alergias, desnutrição e outros tipos de doenças”, afirma. Esse benefício, segundo ela, garante redução de internações hospitalares, das despesas com medicamentos, da mortalidade infantil e até do afastamento do trabalho.  

Isabel, que também atende em um consultório de aleitamento materno há mais de 20 anos, ressalta o potencial de crescimento para enfermeiros, técnicos e auxiliares nesse segmento: “Hospitais e operadoras de planos de saúde demandam profissionais dessa área para atender e orientar as lactantes”, afirma.

“O apoio do auxiliar e do técnico de Enfermagem, nesse momento tão sensível para a mulher, é essencial porque o excesso de informação compartilhada principalmente nas redes sociais coloca em risco a amamentação”, explica. Para a professora, apesar de a internet ser um canal forte para difundir a prática e benefícios da amamentação, ela é um ambiente fértil também para difusão de opiniões de curiosos, crenças, mitos e muita desinformação.

Para evitar as armadilhas publicadas em grupos e em perfis de redes sociais, a educadora recomenda às gestantes e mães que sempre verifiquem a fonte da informação. Abaixo, a especialista destaca alguns pontos de atenção para derrubar mitos sobre o aleitamento.

  • O leite da mãe é sempre o melhor e mais completo alimento para o bebê até os seis meses de idade. Não existe leite fraco.
  • A amamentação é um direito e não dever da mulher. A mãe que não consegue amamentar ou que fez essa escolha deve ser respeitada e acolhida.
  • As mamadas não seguem horários regulares e oferta do peito deve ser sob livre demanda ou sempre que o bebê precisar.
  • Alterações como língua presa ou lábio leporino não impedem a sucção pelo bebê. 
  • A recomendação de amamentação da Organização Mundial de Saúde (OMS) segue mantida mesmo durante a pandemia da Covid-19.
  • Mulheres vacinadas contra a Covid-19 ou que ainda não foram imunizadas devem amamentar normalmente, usando máscaras, álcool em gel e seguindo rigorosamente os cuidados de higiene.
  • O conhecimento é sempre o melhor filtro, por isso, profissionais de saúde e familiares devem funcionar como uma rede de apoio e confiança.

Com informações do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP); Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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