Em novembro, o Dia da Consciência Negra é celebrado com festa e reflexão

As comemorações do 20 de novembro envolvem 19 Etecs e 5 Fatecs em uma série de eventos; palestras e várias formas de arte de origem afro estão presentes na programação

16 de novembro de 2022 4:43 pm Institucional

Professor da Fatec Itaquaquecetuba, o artista plástico Wilton Gomes expõe sua obra sobre a América Latina negra. Foto: Divulgação

Música, dança, capoeira e até feijoada. Nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), as muitas manifestações da cultura de origem africana marcam o Dia da Consciência Negra, instituído em 2003 e comemorado no dia 20 de novembro. Mas os eventos também incluem palestras e rodas de conversa com o propósito de discutir as pautas ligadas à mal arrematada abolição da escravatura, que deixou todo um contingente da população à margem da sociedade.

Na programação, batalhas de ideias são tão bem-vindas quanto as batalhas de rimas que acontecem na Fatec de Monte Mor. “A ideia partiu dos alunos e a escola topou”, conta a Orientadora Educacional Carolina de Mattos de Milano. Os integrantes do grêmio estudantil Rebeca Lara Santos Salmazo e Cauã Pablo Reis dos Santos propuseram a atividade e convidaram o rapper João Paulo Rodrigues Machado, ou JP, para mediar a batalha e contar a história desse gênero musical que vem evoluindo e somando adeptos.

Raízes do Brasil

Na Etec João Maria Stevanatto, em Itapira, as raízes do folclore brasileiro nascido na cultura afro também surgem em forma de música (omitir –) da capoeira – uma luta permeada pelo som do berimbau – à Congada, festa folclórica de origem africana que encena a coroação do Rei Congo. O grupo Congada Mineira de Itapira, que já se apresentou em vários festivais, é convidado do evento.

Entre as escolas que adotaram uma celebração mais acadêmica, com rodas de conversa, palestras, depoimentos e (omitimos? a) produção de seminários que versam sobre diversos aspectos da cultura negra está a Etec Profª Dra. Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, de Pirituba. As amplas abordagens vão desde os movimentos de resistência até a estética negra, a exemplo da maquiagem e dos produtos para o cabelo específicos para a população de origem afro.

Dia 20 de novembro é o ano todo

Há quem prefira diluir as discussões sobre a questão ao longo do ano. Na Etec São Paulo, os alunos acreditam que a pauta da consciência negra deve ser nossa obrigação de todos os dias. Formado por alunos e ex-alunos da unidade, o coletivo Nkongo Nkosi (omitir se) reúne-se a cada quinze ou trinta dias, “sempre que surge uma questão a ser discutida”, explica Rafael Nobre Orsi, diretor da escola. Um dos próximos eventos a ser promovidos na escola, por exemplo, ainda não tem data marcada, mas o tema está definido: uma palestra sobre educação não racista, iniciativa do Coletivo a partir do Pequeno Manual Antirracista, livro da filósofa Djamila Ribeiro. A ideia é trazer frases e termos que foram incorporados ao nosso vocabulário embora carreguem uma carga ofensiva que acabou naturalizada pelo uso cotidiano e acrítico da sociedade. Orsi dá uma medida do sucesso do grupo: “Eles já reuniram 600 estudantes em uma conversa no nosso auditório.”

Descoberta recente

A morte de Zumbi dos Palmares foi sempre reconhecida como um marco histórico, mas a data exata em que ela aconteceu só veio à tona nos anos 1970. A partir daí, movimentos sociais e antirracistas ganharam musculatura, especialmente depois da redemocratização do país. Em 2003, foi o Dia Nacional da Consciência Negra, incluído no calendário escolar e instituído como feriado nacional em várias cidades do país.

Neste ano, a maioria das Etecs e Fatecs estará promovendo eventos direcionados exclusivamente comunidade interna. A programação você confere no link: XXXXXXXXX

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