Batizado de ‘Lavoisier’, em homenagem ao químico francês, projeto desenvolvido por estudantes pretende reduzir tempo de degradação de sobras de plásticos de impressão 3D
Alunos durante apresentação do trabalho na Febrace 2025, realizada em março, no campus Butantã da USP, na Capital | Foto: Roberto Sungi
Lavoisier é o nome da composteira otimizada desenvolvida por estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Padre Carlos Leôncio da Silva, de Lorena, em homenagem ao químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), que teria cunhado a frase “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
“Nossa ideia é transformar o que foi tomado da natureza, e devolver com qualidade e agilidade. Por isso, a homenagem”, explica o professor Fábio Moreira de Jesus, um dos idealizadores do projeto. Responsável pelas aulas de química na unidade, o educador identificou a grande sobra de plásticos gerada pela popularização das impressoras 3D ao reunir-se com o colega João Lourenço, que atua na área de tecnologia da informação.
“Ainda que seja usado o PLA, um plástico biodegradável, o processo de decomposição normalmente demora seis meses, o que gera um grande acúmulo de resíduos”, conta. “Nossa proposta é otimizar variáveis, como temperatura, pH, concentração de oxigênio e tipo de adubo, para acelerar o processo.”
Trabalho multidisciplinar
Identificados os interesses pelo tema, três alunos uniram-se ao projeto: Sofia Louise de Abreu e Ana Luiza Granato Lima, alunas da segunda série do Ensino Médio integrado ao Técnico em Serviços Jurídicos, e Miguel Augusto Ferreira Gonzaga, da terceira série do Ensino Médio integrado ao Técnico em Marketing. O projeto foi um dos finalistas da 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada em março, no campus Butantã, da Universidade de São Paulo (USP).
“Nos vários testes que já fizemos é possível perceber que a alteração de pH e temperatura geram uma aceleração do processo. Como adubo, estamos usando esterco de galinha, no lugar do tradicional, de vaca”, explicam os estudantes. “Na escola, existe uma composteira tradicional. A nossa é otimizada e estamos rodando os testes para comparar os solos e verificar o real impacto da proposta.”