Alunos de Etec trabalham em restauro arquitetônico

A histórica Vila Inglesa, em Paranapiacaba, terá propostas de projeto criadas por alunos da unidade Júlio de Mesquita

11 de julho de 2022 10:46 am Etec

A Vila Inglesa, com suas casas do século XIX, começa a ser restaurada | Foto: Mike Peel

Vinte estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Júlio de Mesquita receberam uma missão inédita: trazer quatro construções do século XIX para os nossos dias, respeitando as suas características originais e adaptando o uso de acordo com as normas técnicas vigentes em 2022. O desafio está sendo encarado com entusiasmo pelos estudantes do 3º módulo dos cursos Técnico em Edificações e Técnico Integrado Médio de Design de Interiores.

Os imóveis ficam no distrito de Paranapiacaba, em Santo André, e formam um núcleo conhecido como Vila Inglesa. Com 300 casas, campo de futebol, torre do relógio, clube, cinema e outros pontos turísticos, a vila foi criada em 1867 por imigrantes ingleses e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2008.

Acento britânico e acessibilidade

Os estudantes farão o projeto executivo (planta que contempla todas as especificações necessárias ao funcionário no canteiro de obras), com a apresentação da fachada em 3-D e sugestão de uso.  Sorveteria, spa, chocolateria e cafeteria estão entre os possíveis planos dos meninos e meninas. Divididos em quatro grupos, eles devem propor a adequação dos interiores incluindo a norma 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABTN), de 2015, que garante a acessibilidade a todos — tudo isso sem que se percam as características originais do casario de feição vitoriana, implantado em ruas planejadas, tudo tão britânico que não falta sequer a neblina, até hoje uma atração nesse trecho de Serra do Mar.  Os imigrantes ingleses acorreram à vila para trabalhar na primeira ferrovia paulista, responsável pelo escoamento do café de São Paulo para o Porto de Santos – a Santos-Jundiaí.

“Em parcerias como essa, que reúne o poder público, empresas e instituições de ensino, todos têm muito a ganhar”, avalia Suely Magini, responsável pela área de Relações Institucionais da Etec Júlio de Mesquita. Os quatro projetos se transformarão no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desses estudantes, e terão na banca examinadora a presença de representantes da indústria da construção civil e das Secretarias do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Econômico, além dos professores, naturalmente. Suely promete levar empresários e comerciantes para assistir a cada apresentação, em busca de viabilização para as propostas apresentadas pelas equipes.

Do TCC à Feira de Ciências

A empreitada pede muita pesquisa de alunos e docentes. Para ajudá-los, o arquiteto Antonio Carlos Palozzi, da Secretaria do Meio Ambiente, conhecedor da região, ficará responsável pela mentoria, auxiliando em tudo o que se refere a restauro – das leis que norteiam esses programas aos materiais que podem ou não ser empregados em adequações de tal porte. “Temos a contribuição e o desenvolvimento de várias competências”, elogia Suely. Em outubro, ela pretende levar os projetos para a Feira de Ciências, Tecnologia e Inovação, que acontece todos os anos em Santo André.

A restauração da Vila Inglesa vem acontecendo desde 2015, envolvendo as entidades responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, arquitetônico e turístico nos níveis municipal, estadual e federal. Todos os anos, em dois fins de semana de julho, acontece o Festival de Inverno de Paranapiacaba (FIP) que bateu recorde de visitantes em 2017, quando 80 mil turistas passaram pelo distrito que conta com 1100 habitantes.

Publicação realizada de forma retroativa em respeito à legislação eleitoral.
Conteúdo elaborado entre 2 de julho de 2022 e o término da eleição estadual de São Paulo.

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