Startup de impacto social é resultado de um dos projetos vencedores do Desafio Inova Paula Souza e foi desenvolvido por estudantes de Mecânica no centro de inovação da Fatec São Paulo
Renan Capeletto apresenta o site Liberstore ao lado do professor Antonio Celso Duarte no iCenter da Fatec São Paulo | Foto: Marcelo Gomes
“Conquiste a própria liberdade”. Com esse slogan, dois estudantes da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) São Paulo, localizada no bairro do Bom Retiro, na Capital, apostaram no mercado de tecnologias assistivas para criar uma startup de impacto social. Eles desenvolveram o site Liberstore, uma loja virtual de acessórios para cadeirantes que, conforme as metas de venda forem atingidas, uma unidade do produto será doada a uma associação beneficente.
Elaborado pelos alunos Renan Capeletto, do curso superior tecnológico de Mecânica de Precisão, e Gabriel Sávio, do curso de Mecânica – Modalidade Projetos, o portal é resultado de um projeto desenvolvido no iCenter, o centro de inovação da Fatec São Paulo, sob mentoria do professor Antonio Celso Duarte.
Renan conta que a ideia surgiu após a conquista da quinta edição do Desafio Inova Paula Souza de Ideias e Negócios, na categoria Saúde, com o projeto Liberlift. Ele e outros dois estudantes apresentaram uma proposta de uma cadeira de rodas multifuncional com sistema de esteiras mecânicas automatizadas que permitem a circulação em terrenos irregulares e a subida em degraus.
“Estávamos em busca de um investidor para lançar a ideia no mercado, mas, para isso, nos faltava um protótipo comercial, que tem um custo para ser desenvolvido. Então, resolvemos criar o site como forma de levantar recursos para o projeto”, explica.
Modelo de baixo custo
Ao longo de dois meses de trabalho intenso ao lado do colega Gabriel Sávio – que também já venceu uma edição anterior do Desafio Inova com o projeto Mobictor –, Renan fechou acordos com fornecedores e uma empresa de logística. O portal foi lançado no último mês de dezembro. “Prezamos por um modelo de negócio de baixo custo, sem estoque nem centro operacional de distribuição. O produto segue direto do fornecedor para o consumidor final. Com isso, conseguimos oferecer preços competitivos e até estabelecer uma margem para doações”, afirma.
O próximo passo, segundo ele, será o investimento em ferramentas de relacionamento com o público. “Vamos criar uma comunidade online, em que os clientes poderão interagir entre eles e conosco, para estruturarmos uma marca 100% alinhada aos gostos e necessidades do consumidor”, destaca.
Para o professor Antonio Celso Duarte, o projeto cumpre com a proposta de dar maior liberdade e facilitar a vida das pessoas com mobilidade reduzida. “Os cadeirantes têm dificuldade para se deslocar até uma loja física e o site reúne uma série de produtos de diferentes fabricantes. É uma alternativa prática e acessível”, ressalta.