Aluno da Fatec Sebrae conquista primeiro lugar em hackaton climático

Com projeto voltado à reciclagem de plásticos, estudante pretende incentivar ação por meio de um aplicativo que reverte a coleta em descontos no comércio local

21 de março de 2024 8:09 am Institucional

Igor Carvalho exibe o prêmio do Climathon, em que apresentou projeto para incentivar reciclagem de lixo | Foto: Divulgação

O estudante Igor da Silva de Carvalho, de 20 anos, conquistou o primeiro lugar no ClimathonSP, no final de fevereiro. Aluno do segundo semestre do curso de Gestão de Negócios e Inovação da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sebrae, Igor chegou sozinho à maratona de três dias do hackaton voltado ao desenvolvimento de soluções para a crise climática.

O Climathon teve 300 inscrições, com 100 pessoas selecionadas, formando 19 equipes, e foi direcionado ao público em geral. “No primeiro dia, enquanto ouvia as palestras, eu pensava no fato de que o Brasil recicla apenas 4% do lixo que produz, enquanto Alemanha, Coreia do Sul e Áustria reaproveitam 56% do seu resíduo urbano”, conta. Nesse momento, o estudante começou a formular uma proposta que incentivasse as pessoas a levar o lixo até um posto de reciclagem.

A proposta do estudante (Reciclar para Ganhar) empatou com um modelo de negócio bastante semelhante (ClimaBet), em uma votação que se seguiu a um pitch de um minuto. Com o empate, Igor se uniu ao grupo de três pessoas, já graduadas e com idades superiores à dele, adotando o nome ClimaBet.

Técnico em Mecatrônica

Durante os trabalhos, coube a ele o desenvolvimento da parte funcional do protótipo. “Ter feito o curso de Mecatrônica me ajudou muito”, diz, referindo-se ao Ensino Médio Integrado ao Técnico em Mecatrônica, iniciado na Escola Técnica Estadual (Etec) Jorge Street, em São Caetano do Sul, e concluído na Etec Pedro Ferreira Alves, de Mogi Mirim.

A proposta era um aplicativo que, ligado a postos de coleta distribuídos pela cidade, concederia uma pontuação ao usuário, convertida em descontos em supermercados, postos de gasolina e lojas de conveniência, por exemplo. Para isso, os postos ficariam dentro ou próximos desses espaços. “Se a pessoa pode depositar o produto reciclável no lugar onde costuma fazer compras, já resolve tudo no mesmo lugar. É uma questão de logística”, defende Igor.

Para pontuar, o usuário, já cadastrado, deve fazer apostas sobre o clima. Se acertar, pontua.

Trabalho de catadores preservado

A coleta ficaria limitada às embalagens plásticas, que têm tornado a poluição nos oceanos um desafio mundial. Há também uma questão ética. “Não queremos tirar o trabalho dos catadores, que recolhem as latas de alumínio e o papelão. É o ganha-pão deles”, afirma Igor.

O estudante tem consciência de que há outros fatores influenciando o clima, da queima de combustíveis fósseis ao desmatamento. “Mas vamos atacar os problemas que estão ao nosso alcance”, diz.

A conquista do primeiro prêmio rendeu à equipe de Igor um valor de R$15 mil a ser dividido entre os quatro integrantes.

O Climathon é um evento licenciado pela Climate-KIC, Programa de Mudanças Climáticas da Agência de Inovação e Tecnologia da União Europeia (EIT). Em São Paulo, foi realizado pela Prefeitura, por meio da ADE Sampa, entidade ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, em parceria com Mezzegra Green Energy e apoio da Seclima e Prodam.

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