Aluno da Fatec conquista bolsa de estudos em Portugal

A energia eólica é um dos temas de estudo de Welton, que se interessou recentemente pelo assunto | Foto: Getty Images

Em setembro, Welton Lino Fernandes Alves desembarca no outono do Hemisfério Norte com a mulher e a filha de 3 anos. E com um plano de voo muito bem traçado. Formado em Biocombustíveis pela Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Araçatuba em 2020, ele acaba de conquistar uma bolsa de estudos de dois anos para cursar o mestrado em Energias Sustentáveis no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em Portugal.

Depois de um hiato de 4 anos entre o curso Técnico de Segurança do Trabalho na Escola Técnica Estadual (Etec) Dr. Renato Cordeiro, de Birigui, e a formatura na Fatec, ele hoje tem pressa. Aos 42 anos, já pensa em prolongar a temporada europeia com um doutorado. Curioso pensar que o tema biocombustíveis não estava presente em seus planos, que incluíam, isso sim, se formar em uma Fatec. “Estudar biocombustíveis não era bem o que eu queria”, conta. “Mas eu não fazia ideia do que se tratava até começar o curso.” O estudante acabou seduzido pelo tema das energias renováveis, especialmente pelo amplo mercado de trabalho que elas devem oferecer em um futuro próximo, dada a urgência de todo o planeta em encontrar alternativas aos combustíveis fósseis.

Entram no campo de estudo de Alves fontes de energia como a fotovoltaica (que usa o calor do sol), a eólica (capaz de transformar os ventos em matriz energética), a geotérmica (que se vale do calor do interior da terra), e a maremotriz (obtida por meio dos movimentos das marés). Ainda que o Brasil seja o segundo maior produtor de bioetanol, atrás apenas dos Estados Unidos, as alternativas de origem vegetal ficaram de fora da sua pesquisa. “Se você precisa extrair energia do milho, da cana-de-açúcar ou da soja, tem que optar entre usar a terra para garantir alimento ou para gerar fontes de energia. E o alimento sempre será mais importante”, acredita Welton.

Primeiro da turma na formatura da Fatec, ele desconversa quando se toca no assunto. “Não éramos muitos”, comenta, despretensioso. No momento, falta ao futuro mestrando o subsídio necessário para que possa bancar as passagens e a sua estada em Portugal – um estágio ou emprego – já que a bolsa cobre apenas o curso, e o alojamento estudantil (mais em conta), não se estende aos familiares. Resolvida essa questão, resta fazer as malas e aproveitar a temporada europeia para se dedicar a um estudo tão urgente.