Alunas de Etecs desenvolvem aplicativo para refugiados

‘Refuge Safe’, da Etec Irmã Agostina, conecta doadores e voluntários na captação de recursos e donativos para ONGs que apoiam emigrados

19 de janeiro de 2022 9:23 am Etec

Grupo se dedica, desde 2019, para que app seja uma ferramenta acessível e funcional | Foto: Acervo pessoal

Estudantes do terceiro ano do curso Técnico de Nutrição integrado ao Médio (Novotec/M-Tec) da Escola Técnica Estadual (Etec) Irmã Agostina, da Capital, desenvolveram um projeto que busca conectar doadores a voluntários em benefício de entidades que prestam apoio na reintegração de refugiados à sociedade. O aplicativo Refuge Safe venceu o quarto Hackathon Acadêmico promovido pela Robótica Paula Souza.

Mariana Visu Teixeira, Sophia Rodrigues Costa da Silva e Thábata Victória Ferreira, sob a orientação da professora Gleiciane Oliveira de Morais, deram início ao protótipo do aplicativo em 2019, quando participaram do programa Pense Grande, da Fundação Telefônica, realizado em parceria com o Centro Paula Souza (CPS). Em 2021, a proposta do aplicativo voltou a ser trabalhada pelas alunas, após um convite da docente. “Participei do curso Metodologias e Ferramentas para Hackathon Acadêmico, oferecido pelo CPS aos professores, e vi a oportunidade de o grupo dar continuidade e aperfeiçoar o projeto”, explica.

Além de vencer a quarta edição, a participação no torneio da Robótica possibilitou que as estudantes ampliassem as pesquisas sobre refugiados, apontando as necessidades das Organizações Não Governamentais (ONGs) que oferecem assistência a essas pessoas que precisaram fugir de seus países de origem.

“Chegamos a um aplicativo que será a ponte entre pessoas que podem doar alimentos, roupas, móveis, brinquedos e dinheiro, e voluntários que querem usar seu tempo e recursos para fazer com que as doações cheguem até as ONGs”, conta Sophia. “Muitas pessoas têm o que doar, mas não sabem onde deixar os donativos, quem procurar ou não têm o tempo necessário para completar a ação. É aí que entram os voluntários e parceiros, que podem disponibilizar veículos e outros recursos para que as doações cheguem às instituições de apoio.”  

A ferramenta conta com interface para localização dos interessados em ajudar e também com um personagem gamificado, Zula, para entreter e fomentar novas doações. “A gamificação no app estimulará o usuário a querer doar, pois, quanto mais doações por um mesmo usuário, mais o personagem fica feliz.” Além de participar do game, as doações rendem pontos para trocar em descontos em uma loja integrada à ferramenta. “A ideia da loja surgiu para ajudar no custeio do aplicativo e para conseguir fundos que serão revertidos em doações às ONGs parceiras”, explica a estudante.

Sophia conta que o grupo se dedicou a fazer do aplicativo uma ferramenta acessível e funcional e que agora está focado nos próximos passos para seu funcionamento efetivo. “Estamos em contato com empresas e pessoas dispostas a fazer parcerias para que o aplicativo possa ser disponibilizado à população. Também vamos visitar ONGs e estreitar relações para que o projeto colabore ainda mais com os refugiados.”

Além do Pense Grande e do Hackathon Acadêmico, o trabalho foi apresentado no programa STEAM SP, da Fundação Internacional Siemens Stiftung, em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico – LSI-TEC, com o apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Gleiciane explica que essa participação fez com que as alunas focassem ainda mais no projeto. “Elas fizeram novos melhoramentos na ferramenta, ampliaram a fundamentação teórica e desenvolvam uma metodologia para comprovar a hipótese de que as ONGs têm necessidade de suporte para arrecadar doações.”

Outro resultado do projeto Refuge Safe é a proposta de levar o tema para discussão em ações na Etec Irmã Agostina. Sophia conta que em uma das conversas com as ONGs surgiu a sugestão de colocar o tema em pauta fora do grupo, envolver a comunidade escolar por meio de palestras e troca de conhecimentos sobre o tema, além de fomentar doações para a causa. Orgulhosa, a orientadora do grupo diz que o projeto cresceu muito e que vai muito além do exigido para alunos de nível médio. “Mesmo com as alunas concluindo o curso em 2021, a escola está disposta a continuar a apoiar o trabalho e abraçar a causa dos refugiados.”

Confira o vídeo de apresentação do projeto:

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