Projeto recebeu o prêmio Destaque Instituto 3M na edição deste ano da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ocorreu no mês de março
A partir da esquerda, Thais Vitoria Tonin, Julia Bernardi, Martha Maria Andreotti e Maria Eduarda Souza l Foto: Divulgação
O Brasil tem um papel de destaque na produção e no consumo de biocombustíveis. Segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em 2021, a produção de biodiesel representou 2% de todo Produto Interno Bruto (PIB) da agroindústria nacional. A soja é a principal matéria-prima utilizada para a produção do biodiesel no país e no mundo, porém essa fonte energética também é usada pela indústria alimentícia. Pensando em buscar uma alternativa, alunas da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado (Etecap), de Campinas, desenvolveram um projeto usando seriguela, que foi premiado na 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
O trabalho Produção de biodiesel a partir da Panc Spondias purpurea e comparação energética com o biodiesel de soja foi elaborado pelas estudantes Julia Bernardi Jairi, Maria Eduarda Souza Araujo Pompiani Costa e Thaís Vitória Tonin Pereira, do curso Técnico em Biotecnologia Integrado ao Médio, que foram orientadas pela professora Martha Maria Andreotti Favaro. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), elas testaram o uso de uma Planta Alimentícia Não Convencional (Panc), que pode ser consumida, mas não faz parte da dieta cotidiana brasileira. A siriguela, seriguela, ameixa da Espanha ou cajá vermelho é comum nas regiões Norte e Nordeste do país, rica em nutrientes e bastante usada no consumo in natura, para sucos e doces.
Martha explica que o projeto é capaz de impactar positivamente a economia. “Pode gerar renda para as famílias que produzem a fruta no Norte e Nordeste e, se for possível produzir o biodiesel na própria região, além de ser um combustível de fonte renovável e reduzir o impacto ao meio ambiente, pode ser utilizado como biocombustível.” afirma.
As alunas realizaram o projeto em meio à pandemia, o que dificultou a conclusão de algumas etapas. Mas, segundo Martha, as fases concluídas se mostram bastante promissoras e o plano é levar o projeto para novos alunos. “O trabalho será continuado com outra equipe, pois as alunas estão em fase de estudos para ingresso na universidade.”
Premiação
O projeto recebeu o prêmio Destaque Instituto 3M, na Febrace, realizada no mês de março. “Esse prêmio é muito importante para nosso grupo, pois mostra que todo nosso esforço, trabalho e pesquisa valeram a pena. Assim como o reconhecimento da importância do projeto para o meio acadêmico e social.”, avalia Julia. Todas as integrantes do grupo pretendem seguir a carreira científica na área de pesquisa. A experiência desafiadora do projeto as inspirou.