Alunas da Etec de Caraguatatuba criam solução para vazamentos de óleo no mar

Um desafio em sala de aula virou um projeto, depois um sonho, e agora pode se transformar em negócio. A professora Patrícia Carbonari Pantojo, da Escola Técnica Estadual (Etec) de Caraguatatuba, estava incomodada com o […]

26 de setembro de 2016 10:16 am Institucional

Crédito: Free Images | Casca de coco poderá ser uma alternativa mais barata e sustentável para substituir fibra canadense

Um desafio em sala de aula virou um projeto, depois um sonho, e agora pode se transformar em negócio. A professora Patrícia Carbonari Pantojo, da Escola Técnica Estadual (Etec) de Caraguatatuba, estava incomodada com o volume de cascas de coco verde que vão para o lixo todo ano, especialmente no litoral. Pensando em proposta para esta situação, ela desafiou seus estudantes do curso técnico de Logística a apresentarem sugestões. As alunas Nubia Marques da Silva e Aline Faustino Soares conseguiram enxergar naquela matéria-prima o que pode ser uma solução para vazamentos de óleo no mar.

O produto que as estudantes esperam lançar no mercado é um dos 210 projetos de alunos de Etecs, Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), além de outras instituições públicas nacionais
e internacionais que serão apresentados durante a Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps),
nos dias 19, 20 e 21 de outubro.

Com a proposta da professora em mente, as alunas fizeram uma visita técnica ao Porto de São Sebastião. Lá conheceram a turfa canadense, um pó usado para absorver o óleo que os navios despejam nos oceanos. “Na hora, eu percebi que aquele produto era muito parecido com a fibra de coco”, conta Nubia.
O próximo passo foi conseguir o óleo para realizar os testes. Em um tanque com água do mar foram colocados tanto óleo quanto a borra do petróleo, uma substância bem grossa, em estágio anterior à destilação para se chegar a combustíveis. A fibra do coco absorveu tudo.

Penas

Nubia e Aline testaram acrescentar penas de aves à fibra e concluíram que o resultado é ainda melhor. “As penas puxam o óleo para a fibra do coco”, descreve Nubia. “Os resultados são melhores que os da fibra canadense.”  Para garantir que o que foi visto em laboratório tinha mesmo validade, as estudantes solicitaram a ajuda de um professor de Química, que encaminhou amostras da água para análise na Sabesp. De fato, a água estava limpa.

Após o uso da fibra de coco para recolher o óleo, forma-se uma biomassa, que pode ser usada como substituta do carvão, por exemplo. “Não adiantaria jogarmos a fibra suja no lixo. Por isso, testamos como usá-la até o fim, sem deixar resíduos”, conta Nubia.

Sonho

Como tudo deu certo, o que era um projeto se transformou no sonho de um empreendimento. “No Brasil só se usa essa fibra canadense e acredito que poderíamos oferecer um produto mais barato”, diz Nubia. A professora Patrícia também acredita no potencial do projeto. “É um produto único, uma ideia inovadora, totalmente sustentável”, afirma. O trabalho foi registrado em cartório e as autoras trabalham com a Agência Inova Paula Souza no processo para garantir a patente do produto.

Nubia se formou em 2015, mas segue estudando para aprimorar a ideia. Ela até já imaginou um equipamento que trituraria melhor o coco e melhoraria a qualidade da matéria-prima. “Se eu tiver oportunidade, gostaria de estudar engenharia e construir essa máquina.”

10ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza
Quando: 19, 20 e 21 de outubro
Onde: Pro Magno Centro de Eventos – Rua Samaritá, 230, Casa Verde
Horário: das 10 às 21 horas, nos dias 19 e 20; das 10 às 13 horas no dia 21

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