Etecs chegam ao 2º ano de parceira com a Unesco e apresentam resultados

Projetos-piloto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as Etecs de Vila Formosa, na Capital, e de Santa Isabel apresentaram nesta terça-feira, 9, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos […]

9 de dezembro de 2014 12:50 pm Institucional

Crédito: Divulgação | Alunos da Etec Vila Formosa apresentaram trabalho sobre segurança do trabalho

Projetos-piloto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as Etecs de Vila Formosa, na Capital, e de Santa Isabel apresentaram nesta terça-feira, 9, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos durante o segundo ano da experiência. Trata-se de uma parceria entre o Centro Paula Souza e a organização, que desenvolveu o projeto de um novo currículo para o Ensino Médio no Brasil.

Durante o evento na sede do Centro Paula Souza, a diretora superintendente da instituição, Laura Laganá, falou sobre as dificuldades do País no Ensino Médio e a necessidade de mudanças no currículo. Ela ainda destacou que, na última década, o percentual de alunos que abandonou a escola nesta etapa de ensino praticamente dobrou.

“Isso mostra que o aluno está perdendo o interesse pelo Ensino Médio. Essa tem sido a grande preocupação dos responsáveis pela condução das políticas educacionais públicas no País. Nós precisamos urgentemente construir uma nova proposta que seja mais diversificada, menos pesada e mais criativa”, afirmou a superintendente.

Quinto componente

O projeto baseia-se no estudo Protótipos Curriculares de Ensino Médio e Ensino Integrado da Unesco, e propõe, entre outras mudanças, um quinto componente curricular chamado Núcleo de Preparação Básica para o Trabalho e Demais Práticas Sociais. São encontros que acontecem uma vez por semana durante os quais os alunos desenvolvem projetos a partir do conhecimento adquirido dentro de sala de aula, sempre trabalhando com o aspecto social, a visão crítica e a interdisciplinaridade.

Atualmente, o ensino médio contempla quatro áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

“É uma proposta que busca ser transformadora, com a qual nós preparamos os jovens para aprender a trabalhar em grupo, decidir, pensar e ter autonomia. Esse núcleo faz a interligação entre as disciplinas e nos permite promover toda essa visão humanística para o Ensino Médio”, explica a coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes.

Uma das responsáveis pelo projeto-piloto nas Etecs, Maria Rebeca destaca que a implementação do novo currículo é um desafio para as escolas, que precisam se adaptar a uma nova maneira de se organizar. “Elas precisam ter uma vontade de mudar sua forma de trabalho, a maneira como os professores interagem entre si, a relação entre professor a aluno. Tem que ter uma visão de planejamento muito grande.”

Aluno protagonista

O trabalho teve início em 2013, sob o tema Escola e Moradia como Redes de Aprendizagem, quando as turmas das duas Etecs estavam no primeiro ano do Ensino Médio. Este ano o tema foi Ação Comunitária.

O coordenador de Ensino Médio da Etec de Vila Formosa, Anderson Buzzato, falou sobre a importância de preparar o aluno para o vestibular, para o mercado, mas também garantir que tenha uma base ética. “Se pensarmos no protótipo, nós temos algo inovador no sentido de poder unir o mundo do trabalho, o exercício da cidadania e a autonomia do aprendizado”, disse.
“O que a gente aprende não serve apenas para o vestibular. Nós levamos para a vida aprendizados como noções de liderança”, destaca a estudante Yasmim Alves da Costa, de 17 anos, que cursa o Ensino Médio na Etec Santa Isabel. “Eu vim do [da rede pública do] Estado e foi uma coisa totalmente nova para mim porque lá [na Etec] o aluno é protagonista.”

Para Laura Laganá, a parceria com a Unesco vem acompanhada de um anseio que parte dos próprios estudantes. “Os jovens hoje esperam que a escola transmita conhecimentos mais conectados com a sua realidade, que façam sentido para a vida deles. É muito importante construir uma escola que atenda aos desejos da juventude para que ela se apaixone pela nossa escola e não a abandone de forma nenhuma.”

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