Etec testa resíduo de poda de árvores contra ervas daninhas

Pesquisa da Etec Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente, aponta que resíduos permitem o controle de mato sem herbicidas que podem contaminar o solo e prejudicar a saúde

10 de outubro de 2019 10:32 am Etec

A partir da esquerda: Estefani, Fernanda, Beatriz e Amanda, as estudantes responsáveis pela pesquisa |Foto: Divulgação

Uma pesquisa em andamento na Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente, demonstra que é possível reflorestar áreas degradadas sem o uso de herbicidas, produtos que contaminam o solo e podem afetar a saúde de quem faz a aplicação dessas substâncias.

Por meio de uma parceria com a Energisa, empresa que atua no setor elétrico, a Etec recebe há cerca de dois anos resíduos de podas de árvores – os cortes são feitos durante o trabalho de manutenção da rede de energia do município. Inicialmente, o material triturado era usado para compostagem e melhoria do solo para uso agrícola.

Durante as aulas práticas dos cursos técnico e integrado de Florestas, dadas na área de quase 2,5 mil metros quadrados em que a escola está instalada, o professor Renato de Araújo Ferreira e seus alunos desconfiaram que havia uma relação entre o uso dos resíduos de poda e a ausência de ervas daninhas e decidiram pesquisar o assunto. Essas plantas competem com as mudas de árvores por luz, água e nutrientes e, em alguns casos, lançam substâncias químicas na terra para inibir o crescimento de outras espécies.

O experimento, que se transformou em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), foi feito em três pontos diferentes do terreno: área com pleno sol, parcialmente sombreada e sombreada. Os pesquisadores observaram a reação da vegetação em quatro circunstâncias: sem resíduos de poda, com depósito de 10 centímetros desse material orgânico, 20 centímetros e 40 centímetros.

Resultados

“Pelo que testamos, é viável fazer o controle de ervas daninhas com resíduos de poda urbana”, afirma o professor. “Essa experiência não é nova, existem resultados demonstrados com uso de palha de cana-de-açúcar e de milho, por exemplo. Mas nós não encontramos uma pesquisa semelhante à nossa, feita com o mesmo material.”

O educador esclarece que a primeira coleta de solo para análise foi feita em novembro de 2018, antes do início do experimento, e a segunda, em junho deste ano, após a aplicação dos resíduos. “Observamos a melhora no teor de matéria orgânica, a diminuição da temperatura do solo e o aumento da umidade.”

As alunas responsáveis pela pesquisa são Amanda Mendes, Beatriz Mendes, Estefani do Nascimento e Fernanda Souza. Elas estão sendo orientadas por Ferreira e pela professora Isabela Marega Rigolin.

O levantamento continuará sendo feito até novembro, mas os resultados já identificados serão apresentados no Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe) da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), que ocorre entre os dias 21 e 24 de outubro.

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