Iniciativa dos alunos do curso técnico de Florestas da Escola Técnica Estadual Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo tem como proposta evitar a poluição do meio ambiente por descarte inadequado
Alunos Rogério Claudino, Selma Sartori e Anderson Fermiano na plantação de mudas do projeto l Divulgação
*Devido à legislação eleitoral, tanto o site quanto as redes sociais do Centro Paula Souza deixaram de ser alimentados entre os meses de julho e outubro de 2018. Neste período, informações de interesse da população foram veiculadas exclusivamente por meio de releases enviados à imprensa. Algumas matérias serão publicadas neste início de 2019, como esta notícia divulgada originalmente em 20 de setembro pela Agência de Boas Ideias.
Estudantes do curso técnico de Florestas da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente, descobriram uma nova forma de utilizar os resíduos gerados nas usinas de açúcar e álcool. A torta de filtro, resultado da filtragem do caldo extraído nas moendas de cana, agora é usada na criação de mudas de eucalipto citriodora. A iniciativa oferece uma alternativa ao substrato que pode poluir o meio ambiente quando descartado da maneira errada.
Um dos responsáveis por orientar os alunos envolvidos no projeto, Renato de Araújo Ferreira, explica que a pesquisa começou a ser desenvolvida em agosto de 2017, a partir da observação das necessidades de empresas da região. “As usinas estão sempre buscando aperfeiçoar seus processos e isso inclui a destinação de resíduos. Da mesma maneira que a vinhaça (outro tipo de resíduo da cana) ganha novos usos, isso pode ser aplicado à torta de filtro”, explica.
Durante um ano, os estudantes Rogério Claudino, Selma Sartori e Anderson Fermiano fizeram a avaliação, pesquisa e levantamento teórico do projeto. Para testar a eficácia do resíduo produziram 880 mudas de eucalipto, das quais 260 foram avaliadas. Algumas foram criadas com a torta de filtro, outras com o substrato comercial mais utilizado para essa forma de plantio e uma terceira opção com os dois tipos de substrato.
“Ao final dos testes, observamos que as mudas que receberam a torta de filtro tinham resultados tão bons quanto aquelas cultivadas com o substrato industrial. O diferencial é que com a torta de filtro é possível preservar o meio ambiente e economizar na produção”, compara o professor.
O grupo continua pesquisando aplicações para a técnica para ampliar o seu uso no plantio de mudas nativas da região de Presidente Prudente. “Queremos que a reutilização de materiais seja expandida com o uso de outros tipos de resíduos, como os da poda urbana”, conclui Ferreira.
Recomeço
Uma das alunas do grupo que idealizou o projeto, Selma Sartori, tem 53 anos e decidiu voltar a estudar em 2017. Na bagagem, trouxe a experiência do tempo em que trabalhou em uma usina da região, na década de 1980. Ela conta que, a partir do projeto, passou a ter uma nova visão do trabalho. “Não perdi nenhuma aula, fiz questão de me dedicar e quase chorei de felicidade com os resultados do projeto”, diz. Com a conclusão do curso, Selma se sentiu motivada a continuar estudando. “A sensação de terminar essa etapa foi maravilhosa. Agora quero começar um outro curso na Etec, Administração ou Meio Ambiente.”