Estudantes de Suzano desenvolvem tinta mais barata com casca de ovos

Brenda Lúcia Ribeiro e Bruna Mariana Morais de Oliveira, técnicas em Química pela Escola Técnica Estadual (Etec) de Suzano, no município paulista da Região do Alto Tietê, encontraram uma maneira mais barata e sustentável de […]

26 de janeiro de 2016 2:54 pm Institucional

Crédito: Gastão Guedes | Projeto ficou em segundo lugar no Prêmio Eseg de 2015

Brenda Lúcia Ribeiro e Bruna Mariana Morais de Oliveira, técnicas em Química pela Escola Técnica Estadual (Etec) de Suzano, no município paulista da Região do Alto Tietê, encontraram uma maneira mais barata e sustentável de produzir tintas: usando cascas de ovos. A pesquisa das estudantes girou em torno do carbonato de cálcio, uma substância em comum entre o produto industrializado e a casca do ovo de galinha.

“O carbonato de cálcio extraído do calcário na natureza já causa grande impacto ambiental. Além de evitarmos isso, reaproveitamos resíduos do descarte do ovo”, explica Bruna. “Nós já tínhamos visto trabalhos com essa substância encontrada na casca de ovos usada em cosméticos e queríamos testar uma outra aplicação.”

Presente na natureza e produzido sinteticamente, o carbonato pode ser extraído após a higienização e granulação das cascas e é mais estável que o composto obtido de outras fontes. Todo esse procedimento acaba sendo cerca de 80% mais barato que a produção do carbonato em laboratório – e, por consequência, também diminui o custo final das tintas.

A Tinta de baixo custo com pó de cascas de ovos foi desenvolvida no laboratório da Etec com base na receita da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta (Abrafati) e custa até 3% menos que uma tinta com outro tipo de carbonato de cálcio. “Acreditamos que o preço da tinta possa cair ainda mais, se for produzida em escala industrial”, diz Bruna. A tinta é destinada a aplicação doméstica, em paredes.

Evolução

O rendimento e a qualidade da tinta são os mesmos das que compramos nas lojas, garantem as criadoras. O trabalho também é elogiado pelo orientador do projeto, Cesar Tatari. “Como professor que acompanhou a pesquisa desde o início, consegui perceber a evolução das alunas durante todas as etapas da execução do projeto. Por mais que fosse difícil, elas não desanimavam e o empenho delas se transformou em resultado, pois desenvolveram um ótimo produto”, conta.

O projeto ficou em segundo lugar no Prêmio Eseg 2015 e foi um dos selecionados para a edição de 2016 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ocorre em março.

Em outubro, a tinta foi apresentada em congresso da Abrafati e o grupo foi procurado pela empresa Basf, indústria química multinacional. As alunas estão produzindo uma amostra de cinco quilos de carbonato de cálcio à base de casca de ovo para entregar à empresa para testes. Elas também já estudam parcerias para firmar a patente do produto e desenvolvê-lo em escala industrial.

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