Projetos aprovados no CNPq abordam temas como desenvolvimento de soluções para saúde, agronegócio, monitoramento ambiental e estudos sobre impactos sociais e culturais
A aluna Flávia Alessandra, da Fatec Baixada Santista, investiga conexão entre hábitos acadêmicos e sintomas de burnout l Foto: Divulgação
O Centro Paula Souza (CPS) aprovou 80 projetos nos Programas Institucionais de Iniciação Científica e Tecnológica, que oferecem bolsas de fomento à pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes das Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs) e Escolas Técnicas Estaduais (Etecs).
As propostas contemplaram áreas como Engenharias, Ciências da Terra e Ciências Biológicas, com temas que incluem automatização de equipamentos para saúde e agronegócio, monitoramento de pragas, desenvolvimento de compósitos à base de vidro, análise do turismo e arte pública.
Os programas têm como objetivo despertar a vocação científica e incentivar talentos por meio da participação em atividades de pesquisa orientadas por docentes com produção tecnológica e científica. As bolsas são distribuídas em três modalidades: PIBITI (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) e PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica voltado para o Ensino Médio).
Em relação ao crescente apoio e ao fortalecimento das iniciativas de iniciação científica, Carla Pedriali, chefe da Divisão de Ensino, Pesquisa e Extensão da Coordenadoria Geral do Ensino Superior de Graduação (CGESG), afirma: “O esforço conjunto de professores e alunos fez com que o número de bolsas crescesse nos últimos anos. Há ações e normativas sendo definidas e planejadas para fortalecer o programa cada vez mais, aumentando a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão.”
Tecnologia e saúde
Um exemplo de unidade contemplada é a Fatec Baixada Santista – Rubens Lara, que conquistou duas bolsas no programa PIBITI, com temas que unem tecnologia e saúde. Um deles, desenvolvido pela aluna Flávia Alessandra da Silva Barbosa, do curso de Ciência de Dados, analisa a relação entre a cultura da produtividade e o adoecimento psíquico de universitários, correlacionando hábitos pessoais, acadêmicos e profissionais com sintomas de ansiedade, depressão e burnout. O trabalho é orientado pelo professor José Augusto Theodosio Pazetti e coorientado pela professora Adélia da Silva Saraiva.
O segundo, conduzido pelo aluno Daniel Ryuichi Ferreira Satoy, do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, tem como objetivo criar um software que ajude médicos a identificar áreas com falta de irrigação sanguínea em imagens da retina, problema comum em pacientes com retinopatia diabética (complicação do diabetes que causa danos aos vasos sanguíneos da retina). A solução será um aplicativo web que processa imagens obtidas por exames específicos, tornando a análise mais rápida e precisa. A pesquisa é orientada pelo professor Pazetti e coorientada por Lucas Ramos De Pretto.
“Temos incentivado a participação dos nossos alunos em projetos de iniciação científica, como forma de promover a integração ao universo da pesquisa e da inovação tecnológica. Essa experiência proporciona um importante diferencial na formação acadêmica e profissional, enriquecendo seus currículos e estimulando o pensamento crítico e científico”, salienta Pazetti.