Centro Paula Souza forma os primeiros luthiers do Estado com diploma técnico

Luthiers são profissionais que fabricam e consertam instrumentos musicais há séculos no mundo todo. O ofício, que exige habilidade manual, delicadeza e precisão, muitas vezes era transmitido de pai para filho. No último domingo, 23, […]

21 de março de 2014 12:26 pm Institucional

Profissão exige grande habilidade, delicadeza e precisão, para a produção de instrumentos / Foto: Kazuo Watanabe.

Luthiers são profissionais que fabricam e consertam instrumentos musicais há séculos no mundo todo. O ofício, que exige habilidade manual, delicadeza e precisão, muitas vezes era transmitido de pai para filho. No último domingo, 23, porém, três jovens receberam seus diplomas técnicos de luteria. Foi a primeira vez no Estado de São Paulo que esses profissionais se formaram por meio de um curso técnico.

As aulas são oferecidas e certificadas pelo Centro Paula Souza, mas são dadas no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí. Até conquistarem o diploma, os jovens precisaram de formação básica em música e em alguns dos instrumentos que podem ser produzidos por eles: violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Essas são as chamadas “cordas sinfônicas”, instrumentos usados em orquestras.

Os estudantes aprenderam também música aplicada à profissão de luthiers, acústica, desenho, tiveram aulas práticas. Para que se tenha uma ideia do grau de dificuldade dessa atividade, há ferramentas muito pequenas, do tamanho de um dedo ou de um dedal, por exemplo.

Hermeson de Souza Silva, de 23 anos, é um dos formandos. Pouco depois do fim das aulas, embarcou em um ônibus com destino a sua terra natal: o Ceará. É lá no Nordeste que estão surgindo grupos musicais, muitos deles amadores, que demandam o trabalho de luthiers. “Paraíba e Pernambuco são um bom mercado, por conta das universidades que têm cursos de música”, afirma o jovem.

Ele despertou para a música ao conhecer um pequeno grupo que tocava em uma igreja. Encantou-se com o violino e veio para São Paulo estudar, deixando para trás a família e a namorada, Elaine. Resolveu, porém, que queria construir violinos. Passou seis anos estudando até poder voltar para casa.

Grandes orquestras

Segundo o assessor pedagógico do conservatório, Antônio Ribeiro, a luteria começou a se desenvolver no Brasil há cerca de 50 anos, com o início do trabalho das grandes orquestras e a organização de grandes escolas de música. Há cursos nos EUA, Alemanha, França, mas a “capital” dos luthiers é Cremona, na Itália. Há mais de 300 ateliers na cidade.

O trabalho do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí na luteria é considerado inovador, entre outros motivos, porque a instituição solicitou ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) um estudo das madeiras brasileiras que poderiam ser usadas em substituição às europeias na construção de instrumentos da família do violino. A pesquisa apontou espécies como a Araucária, a Grumixava e o Pau-Ferro, hoje usadas pelos alunos.

 

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