O verbo economizar ficou martelando a cabeça dos três estudantes que criaram o projeto Técnicas e Dispositivos para um Banho Inteligente. Eles queriam soluções simples e baratas e conseguiram chegar a um sistema que economiza água […]
O verbo economizar ficou martelando a cabeça dos três estudantes que criaram o projeto Técnicas e Dispositivos para um Banho Inteligente. Eles queriam soluções simples e baratas e conseguiram chegar a um sistema que economiza água e energia elétrica no momento do banho. Os jovens são alunos do curso de Manutenção Industrial da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Osasco, na região metropolitana de São Paulo, e trabalharam sob a orientação de dois professores.
Esse é um dos projetos que será apresentado na 9ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza, a Feteps, que ocorre de 21 a 23 de outubro no Expo Barra Funda.
O objetivo dos orientadores Raphael Garcia Moreira e Gilberto de Paiva e dos alunos Simmer Luiz de Mello, Alex Sandro de Araújo e Lucas Lemos Timm é conseguir economizar pelo menos 20% de energia e 25% de água com quatro modificações na área de banho.
A primeira delas consiste em uma alteração no sistema elétrico do chuveiro que diminui o gasto energético necessário para esquentar a água a partir da diminuição de vazão, gerando economia. Essa adaptação tem custo zero e a intenção do grupo é lançar uma cartilha com orientações para fazer a mudança.
O grupo adotou ainda uma outra tecnologia: o uso de um trocador de calor. Os estudantes usaram os conhecimentos adquiridos na faculdade para adaptar uma tubulação de cobre, instalada abaixo do piso do banheiro. Esse mecanismo reutiliza o calor da água despejada no ralo para ajudar a aquecer a água que ainda sairá pelo chuveiro, fazendo com que o aparelho seja ligado em uma temperatura mais baixa.
‘Cantando no chuveiro’
Uma terceira estratégia de economia é o sensor de desperdício, que detecta se a pessoa está apenas “cantando no chuveiro”, como brincam os alunos. Um dispositivo eletromecânico foi retirado de uma máquina de lavar roupas e adaptado para que a quantidade de resíduos presente na água descartada pelo ralo – como sal e espuma – seja capaz de indicar se o usuário está de fato tomando banho ou apenas deixando a água correr. Se houver sinal de desperdício, o sensor desliga o chuveiro. Nos testes, foi determinada a espera de um minuto.
Para concluir o sistema inteligente, uma camada de uma substância química hidrofóbica, que repele a água, é aplicada no vidro do box para evitar o acúmulo de sujeira. Assim, os intervalos entre as limpezas do banheiro se tornam maiores, reduzindo gastos. A resina dura até seis meses.
Utilizando recursos de baixo custo e conhecimentos interdisciplinares, os estudantes, que até agora testaram o sistema em um protótipo, esperam implantá-lo em banheiros residenciais e lançá-lo no mercado.
O projeto dos estudantes foi um dos cerca de 200 selecionados entre mais de mil inscritos para a edição deste ano da Feteps. A feira contará com expositores das Fatecs, Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) e escolas de outros Estados e países.