Concurso de Cartas tem inscrições prorrogadas

Julia Puga da Silva, aluna da Etec Prof. Carmine Biagio Tundisi, venceu a etapa estadual em 2021 | Foto: Divulgação

Boa notícia para os estudantes que pretendem concorrer ao 51º Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens, promovido pela União Postal Nacional (UPU), agência das Organizações das Nações Unidas (ONU) com sede em Berna, na Suíça. As inscrições foram prorrogadas até sexta-feira (25). O concurso é destinado a alunos de ensino público e privado que tenham, no máximo, 15 anos, 11 meses e 29 dias completos até o dia 5 de maio deste ano, data em que termina a inscrição da fase internacional do concurso. Outras informações pela internet.

O tema proposto nesta edição é “Escreva uma carta a uma pessoa influente para explicar por que e de que forma ela poderia tomar iniciativas para combater a crise climática.”

No Brasil, a prova fica sob a responsabilidade dos Correios e se divide nas etapas escolar, estadual e nacional. Na primeira, as escolas selecionam duas redações. A seguir, é escolhida uma redação de cada estado. Da terceira etapa saem as três melhores redações de todo o país. Finalmente, o autor da carta que obtiver o primeiro lugar passa para a etapa internacional, quando concorre com estudantes de 191 países. Convém lembrar que o Brasil é o segundo campeão do circuito internacional, com três medalhas de ouro, contra cinco da China.

As inscrições são feitas por meio das instituições de ensino e as cartas devem ser enviadas pelos Correios. Além de medalhas e certificados, há valores em dinheiro concedidos aos estudantes e às escolas desde a etapa estadual.

Uma aluna da Etec entre finalistas de 2021

No 50º Concurso Internacional, Julia Puga da Silva, estudante da Escola Técnica (Etec) Prof. Carmine Biagio Tundisi, de Atibaia, venceu a etapa estadual, o que lhe valeu, além do certificado, um valor de R$ 2,3 mil. Como as escolas também são premiadas, a Etec recebeu um prêmio de R$ 2,5 mil. A estudante
escreveu uma redação que tinha como tema “Escreva uma carta a um familiar, contando sobre a sua experiência com a Covid-19”. Seguindo o padrão internacional da redação de cartas, exigido pelo UPU, com datas, maneira cortês de se dirigir ao leitor, formas de saudação e assinatura, a estudante redigiu
uma correspondência criativa de tom emocional.

Literatura epistolar

Na era do e-mail e do WhatsApp, o ato de escrever cartas pode parecer antiquado. A troca de correspondência, uma das formas de comunicação mais antigas que a Humanidade conhece, já rendeu verdadeiras obras-primas da literatura. Filósofos, cronistas, escritores, matemáticos e mesmo pessoas
comuns deixaram registradas suas ideias por meio de – e aí vai um termo antiguinho – epístolas. Ou cartas.

Em Paris, o Musée de La Poste, ou Museu do Correio, existe desde 1946 para preservar o patrimônio artístico, histórico e científico relacionado a essa instituição, como os primeiros mapas das rotas postais, os uniformes mais antigos e, naturalmente, selos e arte postal. Em 1994, por ocasião de uma mostra ocorrida no museu, o filósofo francês André Comte-Sponville escreveu no catálogo: “Nem todos são poetas, romancistas, artistas. Mas todos escrevem cartas, pelo menos, todos aqueles que sabem escrever.”