Se houvesse possibilidade de navegar na web utilizando somente a voz, como seria essa navegação? A partir dessa questão, o professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia do Estado […]
Se houvesse possibilidade de navegar na web utilizando somente a voz, como seria essa navegação? A partir dessa questão, o professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Ourinhos, Guilherme Orlandini, em parceria com o então colega Gilson Castadelli, desenvolveram o aplicativo WebSonora de acesso à internet por meio de áudio. O programa permite executar pesquisas utilizando a voz e obter resultados no mesmo formato.
De acordo com Orlandini, o que diferencia o WebSonora de outros aplicativos do mercado é a capacidade de interação. “O Google Nowe o Siri, por exemplo, funcionam como assistentes e disponibilizam informações providas pelos fabricantes. Já o WebSonora trabalha com conteúdo colaborativo, de modo que qualquer pessoa pode publicar informações pronunciadas pelo sistema”, explica.
O aplicativo dispõe de funcionalidades para interação, como a enciclopédia WikiSonora, a rede de sites sonoros NetSonora, e também o Twitter, onde o usuário pode ouvir as postagens de seus amigos e fazer publicações utilizando a voz.
O WebSonora está disponível em versões pagas e gratuitas em português e inglês para Android.
Integração
O projeto participou, em novembro, da maratona de programação MakeItDriveable, promovida pela Ford Motors Company, em Dublin, capital da Irlanda. O evento reuniu especialistas de diversos países com o objetivo de integrar, em 24 horas, novas aplicações à tecnologiaSync AppLink, permitindo o controle de aplicativos de smartphones em painéis de carros e botões no volante.
Durante a maratona, o WebSonora foi integrado com sucesso à tecnologia da Ford e destacou-se por ser o único aplicativo 100% brasileiro selecionado para a disputa.
Orlandini conta que o projeto começou a ser desenvolvido há oito anos, inicialmente para ser utilizado em computadores por pessoas que quisessem acessar conteúdos pela internet usando apenas a voz. “Em um segundo momento, tivemos como foco deficientes visuais, que poderiam ser bastante beneficiados com o uso do aplicativo. Mas com as novas tecnologias, que permitem integração entre veículos e smartphones, o público-alvo agora abrange também os motoristas”, ressalta. Nos próximos meses, o desafio será trabalhar no processo de aperfeiçoamento do aplicativo para que seja submetido a novos testes pela Ford. Uma vez aprovado, poderá receber autorização da companhia para ser distribuído com a funcionalidade de integração com veículos.