Marília ganha biodigestor para produção de fertilizante

O município de Marília passa a contar, a partir desta terça-feira, 15, com um biodigestor para a produção de biofertilizante. A instalação do equipamento, desenvolvido a partir de um projeto de graduação de uma aluna […]

11 de setembro de 2009 2:31 pm Fatec

O município de Marília passa a contar, a partir desta terça-feira, 15, com um biodigestor para a produção de biofertilizante. A instalação do equipamento, desenvolvido a partir de um projeto de graduação de uma aluna da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Marília, vai dar suporte tecnológico ao projeto de educação sanitária e tecnologia em produção de hortaliças desenvolvido por meio de uma parceria entre a faculdade e a Escola Técnica Estadual (Etec) Paulo Guerreiro Franco, de Vera Cruz – município vizinho.

O biodigestor vai ser implantado na Horta Comunitária Vinhas do Senhor, no bairro de Santa Antonieta — onde moram cerca de 30 mil famílias – e será alimentado com resíduos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e da própria horta. Produzido a partir da decomposição dos materiais, o biofertilizante vai ser usado na adubação das hortaliças produzidas pela comunidade. A capacidade do equipamento é de 1,3 mil litros de resíduos orgânicos. A previsão é de que a produção do biofertilizante comece ainda neste semestre.

A implantação do equipamento é um importante complemento ao projeto, que contempla tanto aspectos econômicos quanto ambientais. “Na tecnologia em alimentos existe a necessidade de se tratar o resíduo da produção. No caso da horta, esse reaproveitamento vai diminuir os gastos com fertilização, além de evitar o acúmulo de lixo orgânico produzido tanto na horta quanto na Ceagesp”, explica a diretora da Fatec de Marília, Cláudia Nicolau Mendonça.

Os próprios estudantes, sob orientação dos professores, ficarão responsáveis por monitorar o biodigestor. A experiência vai ser aproveitada em trabalhos de conclusão de curso dos alunos da Etec e da Fatec. O biodigestor e os acessórios para o funcionamento da tecnologia foram doados pelas empresas Acqualimp e Glassmar.


Etec, Fatec e comunidade do mesmo lado

Tanto a Etec de Vera Cruz quanto a Fatec de Marília estão presentes na vida da comunidade, participando de todas as etapas do processo produtivo da horta. Os alunos do curso técnico de Agropecuária aplicam as técnicas de produção que aprendem na Etec orientando o plantio, a adubação, prevenção de pragas e colheita. A fase pós-colheita fica por conta dos estudantes de Tecnologia em Alimentos, da Fatec: higienização, manipulação e aproveitamento de alimentos, entre outras ações.

Para o diretor da Etec, José Fernando Pelozo, a parceria traz benefícios tanto para a atividade acadêmica quanto para a comunidade. “Esse trabalho de campo é importante para que os alunos encontrem situações reais de trabalho, tenham contato com produtores, aprendam a resolver problemas. Por outro lado, dificilmente a comunidade conseguiria um apoio técnico dessa qualidade sem pagar pelo serviço”.

Outro aspecto positivo apontado pelos diretores é a integração entre estudantes dos ensinos técnico e tecnológico. “A maioria de nossos alunos são de origem humilde. Vem das escolas públicas e acha que a faculdade é um sonho muito distante. Esse contato é um incentivo, mostra que um curso superior está mais próximo do eles imaginam”, afirma Pelozo.

“Essa convivência fortalece o caráter complementar que um curso tem em relação ao outro, porque cumpre três requisitos fundamentais da educação: ensino, pesquisa e extensão”, acrescenta Cláudia.

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