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Horta agroecológica da Etec de Bauru ensina a alunos o cultivo de plantas sem adubos e defensivos agrícolas

Poderia ser apenas uma horta cultivada em uma escola, mas o projeto da Escola Técnica Estadual (Etec) Rodrigues de Abreu, de Bauru, se transformou em bem mais. A partir de conceitos de agroecologia, o espaço […]

16 de junho de 2014 3:40 pm Institucional

Poderia ser apenas uma horta cultivada em uma escola, mas o projeto da Escola Técnica Estadual (Etec) Rodrigues de Abreu, de Bauru, se transformou em bem mais. A partir de conceitos de agroecologia, o espaço é hoje uma espécie de laboratório vivo.

A ideia surgiu em 2013, quando o professor de Biologia e de outras disciplinas do eixo de Ambiente e Saúde Gustavo Fonseca imaginava montar uma horta em um espaço que tem cerca de 10 metros de comprimento por 10 metros de largura na Etec de Bauru. Era época de eleição para o grêmio estudantil e algumas das chapas falavam em montar uma horta na escola, em construir um jardim vertical. “Percebi que era uma demanda dos alunos, que eles queriam isso”, conta Fonseca.

Ele conduziu o projeto a partir dos conhecimentos que obteve em uma pós-graduação cuja monografia foi justamente sobre hortas agroecológicas. “O objetivo da horta é didático, não temos como foco a produção de alimentos”, explica o professor.

Sem produtos químicos

Na horta não entram nem adubos artificiais, nem defensivos agrícolas. O combate às pragas é feito por meio de algumas espécies de plantas. “Hortelã, manjericão e tomilho, por exemplo, inibem as lagartas que aparecem na couve”, esclarece o docente. Outra forma de evitar o uso de componentes químicos é respeitar a sazonalidade. Alimentos plantados na época do ano em que costumam aparecer naturalmente não necessitam de um “empurrãozinho” artificial para crescerem.

Outro aspecto interessante da horta é o resgate de plantas alimentícias não convencionais, que foram se perdendo com o tempo. Entre elas, estão o caruru, a beldroega e a taioba. E os alunos também plantam inhame e batata-doce, por exemplo, que são raízes típicas do Brasil.

O professor explica que muitos dos alimentos que consumimos, como alface, escarola, rúcula e batata inglesa são originárias de regiões de clima temperado. Em um país de clima tropical como o nosso, essas hortaliças e raízes ficam mais sujeitas a pragas e defensivos agrícolas acabam sendo utilizados para que possam se desenvolver.

Voluntários

Diariamente, cerca de 50 alunos visitam a horta como parte do projeto pedagógico. Um grupo menor, de cerca de 10 estudantes, voluntariamente, ajuda na manutenção do espaço.  O professor diz que não se surpreendeu com o fato de alunos que gostariam de continuar seus estudos em cursos ligados à Biologia se interessarem pela horta. Curioso, para ele, é o fato de alunos de áreas como Informática se engajarem.

Antônio Passos tem 16 anos e cursa o técnico em Informática integrado ao Ensino Médio. Não é aluno de Fonseca e nem precisaria ir até a horta, mas é um dos voluntários do projeto. “Ajudamos na manutenção e passamos informações a outros alunos, mostrando como cuidar, plantar, regar”, explica.

O estudante acredita que seu interesse pelo assunto venha do fato de ter morado em um sítio e do gosto que a mãe tem pelo cuidado com as plantas. Para ele, meio ambiente e informática são áreas que podem se complementar e é isso que ele pretende fazer no futuro.

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