Filme de ex-alunos de Etec conquista prêmio de melhor curta

Além da premiação no 27º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, produção foi apresentada na Mostra de Cinema Negro de Pelotas (RS); obra retrata vida de mulheres LGBT da periferia

28 de novembro de 2019 10:17 am Etec

A partir da esquerda: Sthefanny Fernanda, Wellignton Amorim e Rosa Caldeira, que trabalharam na produção | Crédito: Divulgação

Um filme produzido por um grupo de ex-alunos da primeira turma do curso técnico de Produção de Áudio e Vídeo da Escola Técnica Estadual (Etec) Jornalista Roberto Martinho conquistou o prêmio popular de melhor curta-metragem nacional no 27º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, realizado entre os dias 13 e 20 de novembro.

O curta Perifericú, exibido também na terceira Mostra de Cinema Negro de Pelotas (RS), promovida entre 18 e 22 de novembro, integra uma lista de dez filmes de destaque elaborada pela revista feminina Glamour.

Ambientado no bairro Ilha do Bororé, localizado no extremo da zona sul de São Paulo, o curta retrata a vida de mulheres LGBT da periferia. O grupo escolheu essa área da cidade como locação porque é uma região que representa sua própria origem: a maior parte da equipe é moradora do Grajaú, Jardim Ângela e Capão Redondo.

Segundo uma das diretoras do filme, Sthefanny Fernanda, a produção agradou ao público pela originalidade. “Somos nós retratando a nós mesmos. O filme ressignifica a periferia como um lugar possível com sua própria cultura e religiosidade,” explica. Para a diretora, o expectador reconheceu uma narrativa verdadeira e se identificou com essa realidade.        

Para viabilizar o projeto, a produção captou R$ 40 mil por meio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Prefeitura de São Paulo, que apoia coletivos culturais dos bairros mais pobres da Capital. Para a etapa de pós-produção, os jovens realizaram uma vaquinha online que arrecadou R$ 6 mil. Entre os colaboradores estavam algumas produtoras, a Casa 1 – instituição de cultura e acolhimento a LGBTs e pessoas físicas. O trabalho envolveu 30 profissionais entre atores e equipe técnica, além de 24 figurantes. Muitos artistas são familiares, como mães, pais e irmãos que fizeram parte do casting e da produção da trilha sonora.  

Trajetória

Depois de concluir a Etec em 2017, Sthefanny ingressou na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), onde está cursando Cinema. Atualmente vem se dedicando também ao planejamento da distribuição de Perifericú, que será exibido em premiações, festivais, mostras em Centros Educacionais Unificados (CEUs) e centros culturais.

Sthefanny acredita que a oportunidade de frequentar uma Etec foi muito importante para sua carreira. “Estudar com professores que produziam seus próprios filmes serviu de estímulo porque mostrou que eu também poderia fazer. Com o curso, comecei a acreditar que fazer cinema era possível”, afirma.  

A produção de Perifericú envolveu o trabalho de outros ex-alunos da Etec: o diretor de fotografia e produtor executivo, Wellington Amorim; a diretora de som, Evelyn Santos, e o assistente de direção, Giovanne Faccio. Além dos ex-colegas de Etec, Sthefanny dividiu a direção do filme com as profissionais Nay Mendl, Rosa Caldeira e Vita Pereira.

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