Alunos aprovam Etecs, onde aprendem coisas úteis para a vida

Os estudantes das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) têm uma boa visão da escola, onde acreditam que aprendem coisas úteis para a vida e se sentem respeitados em suas diferenças. Quanto à escola ideal, desejam tecnologia […]

17 de novembro de 2016 11:27 am Institucional

Crédito: Gastão Guedes | Expectativa e realidade: relacionamento entre alunos e aprendizado em ambientes diferentes da sala de aula

Os estudantes das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) têm uma boa visão da escola, onde acreditam que aprendem coisas úteis para a vida e se sentem respeitados em suas diferenças. Quanto à escola ideal, desejam tecnologia para além das aulas de informática, mais áreas verdes e querem aprender mais sobre habilidades de relacionamento. As conclusões são da pesquisa Nossa Escola em (Re) Construção, do Porvir, programa do Instituto Inspirare, e da Rede Conhecimento Social.

O levantamento foi realizado em escolas de todo o Brasil para ajudar escolas e professores a ouvir o que os estudantes pensam sobre currículo, práticas e recursos pedagógicos, ambiente da sala de aula e participação juvenil no espaço escolar. Os estudantes participaram de todo o processo, inclusive da elaboração do questionário. Nas Etecs, administradas pelo Centro Paula Souza (CPS), participaram da pesquisa 26.943 alunos, 79% dos quais entre 15 e 17 anos, que frequentam o Ensino Técnico, Técnico Integrado ao Médio (Etim) e Médio.

“É muito importante para a instituição ouvir e entender o que o aluno pensa e deseja da escola para aprimorar a qualidade do ensino oferecido”, afirma a diretora-superintendente do CPS, Laura Laganá. “Nosso aluno reconhece valor na escola, está satisfeito com a organização e aponta demandas muito atuais, maduras, como a necessidade da tecnologia permeando todas as atividades e o desenvolvimento de habilidades de relacionamento, fundamentais no mundo do trabalho e na vida.”

Aulas e disciplinas, material pedagógico e relação entre estudantes foram os itens apontados como os mais bem resolvidos na estrutura escolar das Etecs. Eles apontaram como pontos sensíveis as atividades artísticas, esportivas e extraclasse e a alimentação escolar – a pesquisa foi feita em julho, quando a merenda estava em pauta e ainda não totalmente equacionada, o que aconteceu a partir de agosto.
Questionados sobre o que falariam de sua escola, afirmaram que gostam de estudar em sua Etec, onde aprendem coisas que serão úteis em sua vida e o ambiente é favorável para todos se desenvolverem. Também acreditam que todos são respeitados independentemente da cor, religião, orientação sexual, nacionalidade ou cultura.

“A escola visa mais o mercado de trabalho e por isso as matérias do ensino técnico são bem exigentes. Quando terminarmos o curso, acredito que teremos boas condições para trabalhar na área. Apesar da carga horária extensa, cansativa, não posso reclamar. Está valendo a pena”, afirma Beatriz de Oliveira Santos, aluna do 1º ano do Ensino Técnico de Nutrição Integrado ao Médio. A colega Joyce da Silva Sponchiado, concorda que o ensino é puxado. “Mas a escola é um lugar agradável para fazer amizades e receptivo com as diferenças. As pessoas buscam es Etecs não só para aprender, mas também para abrir a mente e encontrar diversidade de pessoas e ambiente.”

Embora a maioria dos entrevistados reconheça que não possam faltar canais de participação como grêmio, conselho escolar e atividades de integração, apenas entre 13% e 25% participam. As atividades escolares que mais mobilizam os alunos são as olimpíadas de conhecimento (57%), campeonatos esportivos (41%) e atividades culturais (30%).

Escola dos sonhos

Quando o assunto é a escola sonhada, 59% dos entrevistados desejam tecnologia não apenas nas aulas de informática e 52% querem áreas verdes, além de quadras e equipamentos esportivos (43%), seguidos de adaptações para pessoas com deficiência (42%). Para além da estrutura, desejam uma escola onde aprendam mais, que os deixe mais felizes, que respeite a individualidade de todos e que seja
inovadora, nessa ordem.

Embora queiram estudar tanto para o vestibular como para o mercado de trabalho, o segundo item é apontado como o principal objetivo da escola. Quanto aos conteúdos, mais do que matemática, português e outras disciplinas, querem aprender mais habilidades de relacionamento com outras pessoas (19%); política, cidadania e direitos humanos (12%); e temas do cotidiano (11%).

A maioria deseja um currículo mais flexível, seja participando da escolha de parte das disciplinas (32%), de todas elas (23%) ou ainda optando por outras matérias fora do horário escolar (19%). Dos entrevistados, 49% acham que o ensino por meio de projetos que envolvam a solução de problemas, metodologia adotada nas Etecs, é o mais adequado. Pedem ainda uma organização menos ortodoxa da sala de aula, com móveis variados, sofás e pufes (38%), e a possibilidade de aprender em outros ambientes (21%).

“Por ficarmos tanto tempo na escola, criamos laços e os espaços de interação acabam sendo os melhores, como a biblioteca, que tem computadores e puffs, assim saímos um pouco da sala de aula”, concorda Joyce Sponchiado, que estuda na Etec Santa Ifigênia, na Capital. “A escola poderia ter mais espaços de lazer.”

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